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Botafogo encara o Grêmio para viver decisão mais importante em décadas

Festa da torcida no Nilton Santos em dia de Libertadores; Botafogo vive dia decisivo nesta quarta - Vitor Silva/SSPress/Botafogo
Festa da torcida no Nilton Santos em dia de Libertadores; Botafogo vive dia decisivo nesta quarta Imagem: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

13/09/2017 04h00

O Botafogo vive o momento mais decisivo desde que soltou o grito de campeão brasileiro, em 1995. Houve a final da Copa do Brasil em 1999, é verdade, mas o desejo de conquistar a Libertadores supera qualquer comparação. O clima de decisão é percebido no clube. Nenhum outro assunto, no momento, é mais importante que o duelo com o Grêmio, que se inicia nesta quarta-feira, às 21h45, no Nilton Santos (Engenhão).

A realidade é que após 1963, quando Manga, Nilton Santos, Garrincha e Quarentinha lideraram o Botafogo até a semifinal da Libertadores (perdeu para o Santos), o clube nunca chegou tão longe na competição internacional. Outros grandes times foram montados, mas o Alvinegro jamais conseguiu ser ator principal no maior torneio do continente.

E não foi fácil para o Botafogo chegar onde está. De virtual rebaixado, buscou uma vaga entre os seis melhores no último Campeonato Brasileiro e, automaticamente, a chance de disputar a Libertadores. Do sorteio da segunda fase até as quartas de finais, o Alvinegro não teve vida fácil. Para chegar até o Grêmio, precisou eliminar nada menos do que cinco campeões da competição internacional: Colo-Colo-CHI, Olímpia-PAR, Atlético Nacional-COL, Estudiantes-ARG e Nacional-URU.

E cada jogo no Nilton Santos se tornou uma festa para a torcida, que comprou a ideia de ter um time limitado, sem estrelas, mas batalhador e que luta pela bola como se ela fosse um prato de comida. Os mosaicos, fogos de artifício e cantos entoados são uma prova de amor e confiança criada entre as partes. Arquibancada e jogadores na Libertadores são só um. E tem dado certo.

Verdade seja dita, a relação sofreu um baque após eliminação para o Flamengo na semifinal da Copa do Brasil. Para a partida desta quarta-feira, 33 mil ingressos foram vendidos antecipadamente, ou seja, ainda não se esgotaram - restam apenas setores Oeste Inferior e Oeste Superior (inteira). Levando em consideração que esse é o jogo do Botafogo mais importante dos últimos anos, fica a sensação de que poderia ser mais.

“Vejo como a situação econômica do país [ingressos ainda não esgotados]. Torcedor não tem dinheiro para ir a todos os jogos no ano. Mas na Libertadores é diferente, tem uma atmosfera diferente, a gente chega a arrepiar lá embaixo. Vem sendo um grande espetáculo e tem sido o nosso 12º jogador”, disse o técnico Jair Ventura.

“Quando a gente perde, não nos achamos pior do mundo. A palavra é equilíbrio. O grupo é maravilhoso. Sempre tem um ou outro que sofre mais, mas na maioria somos equilibrados. Quando acabou o jogo do Flamengo, falei com eles: “Acabou o ano?”. Eles gritaram não. Tivemos uma reação rápida. Fizemos um grande jogo contra Bahia, depois Flamengo. A cabeça está boa. Somos sempre os mesmos, independentemente do resultado”, completou o treinador do Botafogo.

BOTAFOGO X GRÊMIO

Data e hora: 13/09/2017 (quarta-feira), às 21h45 (Brasília)
Local: estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Argote (VEN)
Auxiliares: Luis Murillo (VEN) e Carlos López (VEN)

BOTAFOGO: Gatito; Arnaldo (Luis Ricardo), Carli, Igor Rabello e Gilson; Rodrigo Lindoso, Matheus Fernandes, Bruno Silva e João Paulo (Léo Valência); Rodrigo Pimpão e Roger
Técnico: Jair Ventura

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Edilson, Geromel (Bressan), Kannemann e Bruno Cortez; Jailson (Everton/Arroyo), Arthur, Ramiro, Léo Moura (Luan) e Fernandinho; Lucas Barrios
Técnico: Renato Gaúcho