Topo

Fla se emociona com povo no Maracanã, mas descarta ingressos populares

Os jogadores do Flamengo posam com a torcida de fundo no treino aberto do Maracanã - Gilvan de Souza/ Flamengo
Os jogadores do Flamengo posam com a torcida de fundo no treino aberto do Maracanã Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/04/2018 18h15

A presença de quase 50 mil rubro-negros no treino aberto do Flamengo emocionou os profissionais do clube, nesta terça-feira (17), no Maracanã. Torcedores sem poder aquisitivo tiveram a oportunidade de acompanhar o clube do coração de perto pela primeira vez. Cada um deles trocou 1 kg de alimento não perecível pela entrada.

Os preços abusivos praticados foram alvos de protestos durante momentos da atividade. Basta lembrar que um treino registrou o maior público do Flamengo na temporada, superando qualquer outro jogo do clube no Carioca.

Apesar disso, não há indicativos de que o Rubro-negro trabalhará com preços populares, ainda que reduza os valores das entradas para determinadas partidas. O presidente Eduardo Bandeira de Mello falou sobre os protestos.

“Praticamos uma política de preços que privilegia o torcedor, mas também a saúde financeira do clube. Não adianta nada colocar o ingresso a R$ 5. Vamos privilegiar os cambistas, ter problemas de acesso e pagar para jogar. Vocês [jornalistas] sabem muito bem que as taxas do Maracanã não são nada camaradas com os clubes. Aguardamos que o Estado promova a nova licitação para que o Flamengo se habilite a ser o concessionário. Assim, teremos condições de avançar nessa área. Não seria bom para ninguém praticar preços irreais e sofrermos. É uma coisa que vai impactar a própria torcida ao ver o Flamengo sem saúde financeira”.

O atacante Vinicius Júnior e o zagueiro Juan também falaram sobre o polêmico tema. Os dois se mostraram emocionados. O jovem disse que o Flamengo realizou o sonho de muitas crianças e que isso não tinha preço. Já Juan abordou a precificação que não permite ao torcedor mais humilde acompanhar o time.

“É difícil. Depois da Copa, todos os estádios viraram de primeiro mundo. Os clubes pagam para jogar. Isso [treino aberto] coloca o verdadeiro torcedor e o povo no estádio. Se cobra mais caro, deixa esses de fora. Não entendo muito sobre isso. Gostaríamos de ver todo o tipo de torcedor dentro do estádio. O futebol é democrático. O povo mesmo dentro do estádio. Infelizmente, nem sempre é possível”, encerrou.

Por enquanto, o Flamengo trabalha com os treinos abertos para privilegiar o torcedor de baixa renda. Algumas atividades são estudadas para a sede da Gávea, assim como a repetição de trabalhos no Maracanã. Para os que clamam pela redução no valor dos ingressos, o dia 17 de abril não sairá da memória.