Topo

Palmeiras enfrenta Cerro e o próprio peso pela melhor campanha da 1ª fase

Palmeiras de Roger tem tido relação instável com a torcida em 2018 - Marcello Zambrana/AGIF
Palmeiras de Roger tem tido relação instável com a torcida em 2018 Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

05/06/2018 04h00

O sorteio das oitavas de final da Copa Libertadores colocou o Palmeiras frente a frente com o Cerro Porteño na próxima fase da competição, que será disputada em agosto. Só que o time alviverde, dono da melhor campanha do torneio, não terá só a equipe paraguaia pela frente. O peso de ser visto como um dos favoritos e o fato de decidir em casa os mata-matas serão desafios a mais para uma equipe que muitas vezes sofre com uma pressão criada pelo seu próprio ambiente.

Os jogos no Allianz Parque têm se mostrado uma "gangorra" para o Palmeiras na relação com a torcida. As arquibancadas são capazes tanto de incentivar e empurrar o time à vitória quanto de perder a paciência e criar um clima de tensão nos primeiros sinais de dificuldade. Muitas vezes, isso acontece até no mesmo jogo: foi o caso dos 3 a 1 sobre o São Paulo no último sábado, quando muitos torcedores passaram a vaiar após a equipe sair perdendo, mas depois foram fundamentais para impulsionar a virada, fazendo uma atmosfera vibrante no estádio.

O Palmeiras, aliás, joga melhor quando atua fora de casa. O time é o melhor visitante do Brasil em 2018, com 12 vitórias, dois empates e só três derrotas - um aproveitamento de 74,5%. Para Roger, isso acontece em função de os adversários se fecharem demais no Allianz Parque, enquanto dentro de seus domínios as equipes se abrem mais em busca do resultado e dão mais espaço ao ataque alviverde.

O presidente Maurício Galiotte, que foi ao Paraguai acompanhar o sorteio, também falou sobre a possibilidade de decidir os duelos eliminatórios em casa e frisou que o primeiro jogo, como visitante, é tão importante quanto o segundo. "É relativo. Tem que jogar bem o primeiro jogo para superar o adversário. Se não conseguir, não tem nenhuma vantagem (decidir em casa)", disse o mandatário.

Além do fator casa, existe a cobrança intensa por títulos, com a torcida ansiosa especialmente pela conquista da Libertadores pela segunda vez. No Campeonato Paulista, por exemplo, o Palmeiras também fez a campanha mais vitoriosa da primeira fase e foi apontado como o melhor time até a final. Nada disso adiantou: após a polêmica derrota para o Corinthians na decisão, técnico e jogadores enfrentaram cobranças duras, e o clima só voltou a ficar leve duas semanas depois, com a história vitória por 2 a 0 sobre o Boca Juniors em La Bombonera.

Roger passou recentemente pelo seu período de maior questionamento no clube, após ficar apenas três jogos sem vencer: empatou com o América-MG pela Copa do Brasil, resultado que foi suficiente para classificar o time às quartas de final, e perdeu para Sport e Cruzeiro no Brasileirão. A vitória no clássico com o São Paulo foi fundamental para devolver a tranquilidade ao torcedor. A missão até o jogo contra o Cerro, daqui a dois meses, é tentar manter essa estabilidade para que o Palmeiras, na hora decisiva, não jogue contra si mesmo.