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Fla amarga 3ª queda com Bandeira e não cumpre meta de vencer Libertadores

Detalhe do plano de metas do Flamengo para o triênio 2016-2018: o clube falhou - Reprodução
Detalhe do plano de metas do Flamengo para o triênio 2016-2018: o clube falhou Imagem: Reprodução

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/08/2018 04h00

O plano do Flamengo não funcionou. Apesar da vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, o Rubro-negro acumulou mais uma eliminação na Libertadores. Foi a terceira queda na gestão Eduardo Bandeira de Mello - duas vezes na primeira fase (2014, 2017) e uma nas oitavas (2018). O fato é que a principal competição do continente se tornou um tormento para o campeão de 1981, e uma falha para quem colocou como meta conquistá-la ao menos em uma oportunidade entre 2016 e 2018, último ano do presidente no clube.

Foi assim que a administração se reelegeu em dezembro de 2015. No "plano de metas para transformar o maior do mundo no maior vencedor do século" divulgado e debatido inúmeras vezes, o objetivo de número 7 atendia pelo principal desejo da torcida: "No futebol, conquistar a Taça Libertadores da América". Além do registro, o clube sempre colocou a competição como prioritária em entrevistas de dirigentes, técnicos e jogadores.

Só que vontade de ganhar nem sempre é o suficiente no futebol. O Flamengo acumulou falhas em um torneio que já mostrou suas particularidades. Em 2014, o elenco deixava muito a desejar em meio ao projeto de reestruturação financeira. Mesmo assim, o clube se deixou levar pela empolgação do título da Copa do Brasil de 2013 e tomou um choque de realidade com a queda na primeira fase.

No ano passado, o Flamengo viveu uma das eliminações mais vexatórias em sua história na Libertadores. Com um elenco já milionário, o time perdeu as três partidas fora de casa e caiu novamente na primeira fase, com um revés para o San Lorenzo-ARG nos últimos minutos. Alguns jogadores e o técnico Zé Ricardo já eram criticados naquele momento. As mudanças, porém, tardaram. Aliás, foram costumeiramente demoradas as trocas de técnico quando necessárias, as barrações de jogadores criticados pela torcida, mas defendidos pela diretoria, além das ações no mercado para preenchimento de posições carentes.

A última chance de vencer a Libertadores e cumprir o tópico mais aguardado do plano de metas ficou pelo caminho ainda no Maracanã. Um Flamengo disperso sofreu o primeiro gol do Cruzeiro logo no começo e mais uma vez se viu no pesadelo sul-americano com a derrota por 2 a 0. Ainda que tenha vencido os mineiros fora de casa, a vaga nas quartas de final jamais esteve perto nos dois confrontos.

É fato que o Rubro-negro falhou nas escolhas técnicas e de bastidores. O Flamengo é o clube mais popular do Brasil, mas perdeu terreno no continente. Só se mantém o território com conquistas. A forma como as eliminações aconteceram piora ainda mais o panorama. Basta recordar que a melhor campanha recente foi em 2010, quando caiu nas quartas de final.

O Rubro-negro ainda tem Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil pela frente. A chance de título está viva na tentativa de amenizar as seguidas ressacas. Nada, porém, será capaz de apagar a frustração da torcida com as figurações nas últimas Libertadores. Fica ainda mais difícil esquecer quando taça tão desejada se torna ponto crucial em um plano de governo que não conseguiu alcançá-la.

“A Libertadores era o nosso grande objetivo da temporada, sem dúvida. A eliminação aconteceu em detalhes do primeiro jogo. Brigamos, criamos chances. É uma dor grande, mas precisamos virar a página, pois temos outras decisões pela frente. O tamanho do Flamengo exige que o time entre sempre para vencer em qualquer competição”, disse o técnico Maurício Barbieri.

“Existe o sonho e a cobrança pela Libertadores. Não desistiremos jamais. Já melhoramos do ano passado para esse, mas não foi o suficiente. Precisamos usar esses momentos para evoluir e aprender. Que tudo isso sirva para darmos um passo e vencer. Temos Copa do Brasil e Brasileiro. Vamos refletir”, encerrou Diego.