Boca impõe pior derrota e joga "água fria" em momento mágico de Felipão
A derrota por 2 a 0 para o Boca Juniors em La Bombonera no jogo de ida das semifinais da Copa Libertadores, na última quarta-feira (24), foi um "balde de água fria" no grande momento atravessado pelo Palmeiras sob o comando de Luiz Felipe Scolari. A equipe vinha de uma série invicta de nove partidas na temporada e está em fase ainda mais avassaladora no Brasileirão, em que lidera com quatro pontos de vantagem e invencibilidade de 15 rodadas. Mas justo em um dos momentos mais decisivos do ano, veio a pior derrota de Felipão.
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Desde seu retorno ao Palmeiras em agosto, Felipão não havia perdido nenhum jogo por dois gols de diferença. Suas duas únicas derrotas - para o Cerro Porteño, nas oitavas de Libertadores, e para o Cruzeiro, na semifinal da Copa do Brasil - haviam sido por 1 a 0. Além disso, em ambos os jogos houve circunstâncias excepcionais: no primeiro, a expulsão de Felipe Melo com apenas 3 minutos. No segundo, um gol no último lance anulado de forma polêmica pela arbitragem.
Desta vez, porém, a derrota foi mais dura. Não apenas a arbitragem foi isenta de críticas, com o chileno Roberto Tobar repetindo a atuação sóbria que já havia demonstrado na vitória palmeirense na Bombonera na fase de grupos, mas o alviverde teve um desempenho bem abaixo do que vinha demonstrando. Os próprios jogadores e até Felipão reconheceram que faltou jogo ao time brasileiro, que marcou e correu muito, mas pecou na hora de construir jogadas perigosas, especialmente no contra-ataque que se tornou uma de suas principais armas.
Mesmo com uma atuação aquém do esperado, o resultado de 0 a 0 que o Palmeiras ia conseguindo até os 38 minutos do segundo tempo não era ruim. O alviverde controlava o Boca, que tinha a bola e tentava pressionar, mas mostrava poucas ideias para atacar e mal incomodava Weverton. Até que veio uma falta de Felipe Melo na entrada da área. Olaza bateu, Weverton fez defesa espetacular e espalmou para escanteio. Após a cobrança, Benedetto, de cabeça, fez o primeiro.
O gol pareceu chacoalhar a confiança do Palmeiras, justamente o aspecto que mais parecia ter progredido sob o comando de Felipão. A consistência do time paulista, tão elogiada na arrancada que transformou a equipe na favorita ao título brasileiro, se abalou. Cinco minutos depois, Benedetto recebeu na entrada da área, tirou Luan para dançar e acertou um chute forte, indefensável, para estufar o canto da rede e ampliar a vantagem do Boca.
O Palmeiras ainda está vivo na Libertadores e tentará na próxima quarta-feira (31), no Allianz Parque, reverter a grande vantagem que o time argentino conseguiu em sua casa. O desafio, para Felipão, é manter a onda positiva que se instaurou no ambiente do clube desde sua chegada e impedir que o revés na Bombonera prejudique o trabalho desenvolvido até aqui.
Antes da revanche contra o Boca, o Palmeiras tem uma decisão já neste sábado (27): enfrenta o Flamengo, vice-líder do Brasileiro, em um confronto direto no Maracanã. Scolari já deu a entender que deve dosar forças neste duelo para tentar a virada diante dos argentinos quatro dias depois. Com muita moral com a torcida alviverde, tanto pelo histórico multicampeão quanto pelo momento que vinha sendo altamente positivo, o experiente técnico tem uma semana para impedir que o time saia da briga pelo principal título da temporada.
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