Gallardo pode ser proibido de ir às finais e até de dar treino, diz jornal
O técnico Marcelo Gallardo pode encarar punição dura do Tribunal Disciplinar da Conmebol após desrespeitar uma suspensão na última terça-feira (30) e entrar no vestiário do River Plate quando não poderia. De acordo com o jornal argentino Clarín, uma nova sanção pode proibir o técnico de assistir às finais da Copa Libertadores no estádio e até de treinar a equipe.
Segundo a publicação, o treinador já admite receber punição mais pesada do que a anterior. Ele deveria ter cumprido suspensão na semifinal contra o Grêmio, em Porto Alegre, mas deliberadamente ignorou tal punição. Com sua equipe em situação delicada na partida, ele usou rádio para se comunicar com o interino Matías Biscay e até lançou mão de um disfarce para ir ao vestiário — duas ações não permitidas.
Flagrado na TV, Gallardo virou alvo de protesto formal por parte do Grêmio, que entrou com representação na Conmebol questionando o comportamento do treinador argentino. O time brasileiro diz estar "juridicamente seguro" de que a denúncia será aceita e pede que o placar seja definido em 3 a 0 contra o River Plate, o que resultaria na classificação gremista à final da Libertadores.
Como o caso está aberto, a própria Conmebol dá sinais de não entender como certa a presença do River Plate na final. Ao anunciar novas datas para as finais do torneio, nesta quinta-feira (1º), o perfil oficial da entidade nas redes sociais evitou usar o nome do clube de Gallardo e citou apenas o outro finalista, Boca Juniors.
Entenda o caso
Na noite de segunda-feira (29), Marcelo Gallardo foi suspenso por uma partida e o River Plate multado em 20 mil dólares (R$ 74,4 mil na cotação atual) por reincidência em atraso para o segundo tempo. No dia seguinte, o treinador assistiu ao jogo contra o Grêmio em uma cabine de imprensa da Arena.
A transmissão do SporTV, contudo, flagrou o uso de um rádio comunicador para contato direto entre Gallardo e a comissão técnica do River. Além disso, o treinador foi ao vestiário visitante no intervalo para passar instruções.
Ao ver a cena, dirigentes do Grêmio denunciaram a entrada do argentino aos funcionários da Conmebol e os mesmos aguardaram para produzir provas. Depois da partida, com a virada e classificação à final, Marcelo Gallardo cometeu outra infração e deu coletiva na zona mista. Antes, o auxiliar Matías Biscay ironizou. "Talvez ele estivesse falando com sua família na Argentina", ao responder sobre o uso do rádio comunicador.
"Talvez eu tenha descumprido uma regra de não poder entrar no vestiário, porque não estava permitido. Eu reconheço e assumo (o erro), mas era o que eu precisava. O que eu sentia que tinha que fazer e não me arrependo", afirmou Gallardo depois do jogo.
O Grêmio quer punição semelhante a aplicada nos casos de Chapecoense e Santos, em 2017 e 2018, respectivamente. A tese do clube gaúcho é que Marcelo Gallardo foi utilizado de forma irregular. Os dirigentes citam os artigos 176 do Regulamento Geral de Competições da Conmebol e artigos 19, 56 e 76 do Regulamento Disciplinar. No mesmo recurso, os gremistas contestam a ação da equipe do árbitro de vídeo da partida em Porto Alegre quando do primeiro gol do River Plate, marcado por Rafael Borré.
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