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Chelsea "mordido" tenta revanche contra o Barcelona na Liga em duelo de escolas opostas

Belletti comemora gol que definiu título do Barcelona na Liga dos Campeões 2005/06   - Philippe Wojazer/Reuters
Belletti comemora gol que definiu título do Barcelona na Liga dos Campeões 2005/06 Imagem: Philippe Wojazer/Reuters

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

18/04/2012 06h01

“Mordido” por uma eliminação de três anos atrás, o Chelsea recebe o Barcelona, nesta quarta-feira, às 15h45 (horário de Brasília), no primeiro dos dois duelos que vale uma vaga na final da Liga dos Campeões da Europa.

Em 2009, o time inglês caiu para o catalão em um jogo muito reclamado até hoje pela não marcação de quatro pênaltis na partida. O jogo terminou 1 a 1, e vitória do Chelsea o colocaria na final.

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“Entram [mordidos], isso aí sim. É uma partida que o time jogou e achou que poderia ganhar e não ganhou, e não jogou pior. Fica sempre esse pensamento”, falou ao UOL Esporte o ex-jogador Belletti, que estava no elenco londrino naquela eliminação. “Foi um sentimento ruim de ter perdido, ninguém fica tranquilo, ainda mais depois do que se viu. Mas o Barcelona tinha um grande time, isso todos admitem, era um time de qualidade.”

O lateral esteve nos dois lados em quatro memoráveis duelos entre as duas equipes na última década. Nas oitavas de 2004/05, o time inglês avançou. No ano seguinte, na mesma fase, o Barça deu o troco. Na edição posterior, novo encontro, desta vez na fase de grupos. Até chegar a de 2009, citada acima. Belletti esteve em campo pelo Barcelona nas três primeiras, e pelo Chelsea na última. Em 2006, ele até marcou o gol do título do Barcelona, sobre o Arsenal, em vitória por 2 a 1 em Paris.

“Era um dos jogos que a gente mais gostava de jogar. Um grande jogo assim é gostoso de atuar, tanto pelo lado do Barcelona como pelo do Chelsea. A rivalidade foi criada porque os jogos foram bons, teve muitos em fase eliminatória. E mais uma vez agora”, falou o jogador.

”Um de meus piores momentos foi o jogo de 2009. Foi pior do que qualquer outro por causa das circunstâncias”, admitiu ontem o meia Lampard, do Chelsea.

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O Barcelona chega para a disputa como o atual campeão e futebol mais reverenciado do planeta. Tem o melhor ataque desta edição do torneio, com 33 gols. O Chelsea, que fez 21, passou por momentos ruins, trocou de técnico e agora começa a se acertar com o italiano Di Matteo no comando.

São duas escolas diferentes, diz Belletti. “Lá [no Barcelona] tem que trabalhar para jogar bonito também. É diferente da Inglaterra onde se busca o futebol mais objetivo. Em Barcelona, desde os tempos quando eu estava lá, eles querem ganhar e jogar [bonito]. Os jogadores são contratados para esse perfil”, falou.


“No Chelsea e no futebol inglês se busca ganhar jogo e o título. Claro que não é de qualquer jeito. Sempre foi um time elogiado taticamente e tecnicamente, mas não toca tanto a bola como o Barcelona. Mas eles preferem jogar com objetividade mais do que beleza, são ofensivos, mas tentam chegar de outras maneiras. Acertando um passe longo, por exemplo, como jogadores como o Lampard, que fez isso bem no último jogo, contra o Tottenham para o um gol do Drogba. Isso não torna o jogo tão bonito, mas eficiente”, continuou.

O treinador do time inglês parece concordar com o ex-atleta. “Eles [do Barcelona] não gostam de jogar contra nós. Somos dois times que têm muito respeito um pelo outro, mas sempre levamos muitos problemas para eles. Um jogo contra o Barcelona traz a um treinador seu maior desafio tático”, falou o técnico do Chelsea, Di Matteo, em entrevista coletiva ontem.