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O que esperar de Atlético de Madri x Bayern de Munique na Liga dos Campeões

Pep Guardiola e Diego Simeone fazem de seus times sua imagem e semelhança - Martin Meissner/AP Photo e Javier Soriano/AFP Photo
Pep Guardiola e Diego Simeone fazem de seus times sua imagem e semelhança Imagem: Martin Meissner/AP Photo e Javier Soriano/AFP Photo

Do UOL, em São Paulo

27/04/2016 06h00

Dois times com histórias, treinadores e jogadores completamente diferentes. Atlético de Madri e Bayern de Munique se enfrentam no Vicente Calderón, nesta quarta-feira (27), às 15h45 (horário de Brasília), na segunda semifinal da Liga dos Campeões da Europa.

A partida decisiva acontecerá na Allianz Arena, na próxima terça-feira, 3 de maio. Quem avançar à final enfrentará o vencedor de Real Madrid e Manchester City, que não saíram do zero na Inglaterra e decidirão no Santiago Bernabéu a vaga na decisão.

Título inédito x 3º maior campeão… 42 anos depois

O Bayern de Munique é o terceiro clube que mais vezes levantou o troféu da Liga dos Campeões. Com cinco títulos, está empatado com Liverpool e Barcelona, atrás somente de Milan, com sete títulos, e Real Madrid, maior campeão com 10.

Por outro lado, o Atlético de Madrid busca feito inédito. Nunca foi campeão do maior torneio de clubes da Europa, tendo amargado o vice-campeonato duas vezes. A última vez, na temporada 2013/14, já sob o comando de Simeone. A primeira delas, há quase 42 anos, em 1974, justamente contra o Bayern de Munique, que emendou o tricampeonato sob comando de Gerd Muller.

Filosofias quase antagônicas no banco

Atacar para defender ou defender para atacar? Ter a bola para não sofrer gols ou recuperar a bola para marcar gols? Ataque incessante ou contra-ataque fulminante? Bola no chão ou jogada aérea? Criar espaços ou ocupar espaços? São muitas as perguntas que explicam as diferentes filosofias de jogo de Pep Guardiola e Diego Simeone. Um é especialista em manter a bola; o outro é perito em tomá-la. Na única vez em que se enfrentaram como treinadores, o Barcelona levou a melhor sobre o Atlético, por 2 a 1, pelo Campeonato Espanhol 2011/12.

Os treinadores de Bayern e Atlético têm estilos tão diferentes, que por vezes parecem até antagônicos. Mas há também muito em comum entre eles. Suas equipes refletem, em campo, o que eles transparecem, fora dele. São obcecados pelo trabalho, trabalho, trabalho... Conhecem como poucos as características do futebol moderno, mas não se limitam ao abcedário tático. Um apela à invenção enquanto o outro, à emoção. Melhoram seus jogadores em pouco tempo e em todos os aspectos do jogo. Distintos, mas competitivos e competentes.

Características muito diferentes em campo

As diferenças entre os dois lados do duelo se estendem ao gramado. Por ser o time da posse de bola, do controle do jogo, o Bayern conta com nomes como Thiago Alcântara, Arturo Vidal e Xabi Alonso no meio de campo, que preferem jogar com a bola de pé em pé. No último terço do campo, busca velocidade e profundidade, com Douglas Costa, Coman e Ribery. Para definir as jogadas, as apostas são Muller e Lewandowski, ambos perigosos de todas as formas na grande área.

Já o Atlético de Madri caracteriza-se pela forte marcação, defendendo-se com duas linhas de quatro jogadores muito próximos entre si. Meias como Saúl, Koke e Gabi sabem jogar tanto com como sem a bola no pé. Na frente, formam dupla de ataque o habilidoso atacante francês Griezman, que vive grande fase, e o experiente Fernando Torres, sempre oportunista. Vale prestar atenção à chegada dos laterais, Juanfran e Filipe Luís, que chegam bem à linha de fundo para fomentar a jogada aérea.

Embate de artilheiros

Afora Cristiano Ronaldo, disparado na artilharia da Liga dos Campeões, com 16 gols, e Luis Suárez, com 10, do eliminado Barcelona, Bayern de Munique e Atlético de Madri têm os três principais artilheiros da competição. Do lado dos alemães, Muller e Lewandowski somam 16 gols, com oito para cada lado: um ataque para amedrontar qualquer zaga do mundo. Já do lado dos espanhóis, Griezmann vive grande fase, tendo marcado os dois gols da eliminação do Barcelona. O atacante francês, que acumula valências e funções no ataque, soma seis gols na competição e é o principal goleador do Atlético.