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Reus, o jogador mais azarado da Alemanha, volta aos campos após sete meses

Patrik Stollarz/AFP
Imagem: Patrik Stollarz/AFP

Do UOL, em São Paulo

22/11/2016 06h00

Marco Reus deve voltar a jogar futebol nesta terça-feira, às 17h45, quando o Borussia Dortmund enfrenta o Legia Varsóvia pela Liga dos Campeões. Mas se você espera ver em campo aquele Reus de 2013, o ponta rápido e criativo que personificava a nova geração do futebol alemão, pode esquecer. Em três anos, ele foi de grande revelação a uma das maiores incógnitas do esporte na Alemanha.

Muitos o consideram um dos jogadores mais azarados de seu país. Quem olha para o que aconteceu com ele desde nos últimos três anos tem de dar razão para a afirmação. Olhe o que aconteceu no fim de semana: Reus não joga desde maio, com uma lesão séria no púbis, mas tudo indicava que ele iria entrar em campo no clássico contra o Bayern de Munique.

Ele vinha treinando bem, era elogiado pelo técnico Thomas Tuchel (“Tem treinando como se nunca tivesse se machucado”) e ouvia da estrela atual do elenco do Borussia, Pierre Aubameyang, apelos pelo retorno (“Precisamos muito dele”). Mas um dia antes do duelo com os grandes rivais, ele foi cortado: sentia dores no calcanhar e não poderia jogar. Sem ele, o Borussia venceu, 1 a 0.

Aconteceu algo parecido em 2014. Reus era a cara do novo futebol alemão. Em 2013, tinha levado um time que poucos apostavam para a final da Liga dos Campeões, deixando o Real Madrid pelo caminho. O técnico da Alemanha, Joachin Low, tinha montado um esquema para usar suas qualidades ao máximo. Ele era a aposta para o sucesso em gramados verde-amarelos.

No último jogo antes da viagem para o Mundial, porém, ele sofreu uma lesão séria no tornozelo, que custou seu lugar no elenco. Sem ele, os alemães mantiveram o status de favoritos e venceram a Copa – com direito aos 7 a 1 sobre a seleção brasileira na semifinal e uma vitória, na prorrogação sobre a Argentina, com gol de Mario Goetze. Ironicamente, o melhor amigo de Reus.

Em 2016, para a Eurocopa da França, o drama também entrou em ação. É verdade que a lesão no púbis o atrapalhava durante a preparação da Alemanha para o torneio e, mesmo se seguisse no elenco, nunca teria entrado em campo. O problema é que o corte definitivo foi anunciado em 31 de maio, justamente o dia de seu aniversário. Desta vez, ao menos, os alemães sentiram falta de um jogador como ele e pararam nas semifinais, eliminados pela França.

As lesões pela seleção, porém, são apenas os casos mais emblemáticos de uma carreira cheia de problemas. Desde que voltou ao Borussia (foi formado nas categorias de base do clube), vindo do Borussia Monchengladbach, em 2012, Reus perdeu mais de um ano por lesões. Segundo o site TransferMarket, foram 444 dias machucados desde 1º de julho de 2012, data da sua apresentação, perdendo mais de 60 jogos no período. Isso significa que, desde que chegou, a cada quatro partidas do Dortmund, em uma ele está fora.