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Só deu Reus! Alemão tem gol "roubado", lidera goleada e guardará souvenir

REUTERS/Wolfgang Rattay
Imagem: REUTERS/Wolfgang Rattay

Do UOL, em São Paulo

23/11/2016 06h00

A rodada desta terça-feira (22) da Liga dos Campeões teve um protagonista incontestável: Marco Reus, alemão do Borussia Dortmund, que retornou ao futebol depois de 185 dias parados por lesão – uma das muitas de sua carreira. O atacante liderou seu time com dois gols e duas assistências em goleada acachapante, um 8 a 4 sobre o Legia Varsóvia.

Vale dizer: dois gols porque um lhe foi “roubado” pelo árbitro da partida. Isso mesmo. Aos 47 minutos do segundo tempo, Reus invadiu a área pelo lado direito e bateu forte, cruzado, em tiro que desviou por pouco no lateral rival Rzezniczak e morreu no fundo da meta. A beliscada que a bola deu na perna do jogador polonês nem mesmo alterou a trajetória da finalização, mas foi o suficiente para o juiz anotar gol contra. É ele quem manda. Pior para o alemão.

Placar Borussia - Reprodução / UEFA - Reprodução / UEFA
O último gol anotado como contra no placar é o "roubado" de Reus
Imagem: Reprodução / UEFA

Nada que tire o brilho de Reus. O ponta de 27 voltou aos gramados como capitão e disposto a afastar a pecha de “jogador mais azarado da Alemanha”, título ingrato que lhe foi conferido pelas recorrentes contusões – uma no púbis, uma no tornozelo, outra no calcanhar... O fez em grande estilo: já estava 4 a 2 quando marcou seu primeiro tento na partida, aos 32 minutos de jogo. Pouco antes, havia dado passe para Dembélé balançar a rede. Aos 7 minutos do segundo tempo fez mais um. Na reta final, marcou o gol que posteriormente lhe tiraram.

“Fiquei feliz por jogar desde o início", avaliou Reus, que perdeu a Copa do Mundo-2014 e a Eurocopa-2016 por lesões. "Foi como imaginava para um retorno perfeito. Esperei muito tempo para isso, é ainda mais doce. A bola será assinada por todos e vai para a prateleira", disse ele, que promete guardar a redonda como “souvenir”.

Reus 1 - Martin Meissner / AP - Martin Meissner / AP
Imagem: Martin Meissner / AP

Reus, na definição do jornal alemão Franffurter Allgemeine, teve um “retorno furioso”. A imprensa europeia se derreteu devido à atuação. O Spiegel Online, também do país natal do atacante, festejou o show com um “parabéns” dirigido ao camisa 11 – e acrescentou, em tom de brincadeira: “tenho certeza que ele já viveu dias piores na vida”.

O site da Uefa foi mais enfático: “Reus dissipou as dúvidas existentes em relação à sua condição física com uma exibição notável. O fato de continuar com fulgor nos instantes finais, quando apontou o oitavo golo da sua equipe, prova o seu nível de resistência”, destacou a entidade, desconsiderando que o último gol do duelo não foi dado para ele.

Já na Espanha, o jornal Marca chamou Reus de “genial” e disse que o jogador “recuperou o sorriso na festa de seu regresso”. O Sport abriu espaço para o atacante ao dizer que, entre todos em campo, foi ele o “que menos piedade teve com o adversário”.

A atuação de Reus rendeu recordes ao Borussia Dortmund. No formato recente da Liga dos Campeões, que entrou em vigor em 1992, foi o jogo com mais gols marcados – os 12 tentos superam os 11 de Monaco 8 x 3 Deportivo La Coruña, de 2003. Não é recorde histórico porque na temporada 1969/70, quando o torneio ainda se chamava Copa dos Campeões da Europa, o holandês Feynoord emplacou um 12 a 2 no islandês KR Reykjavik.

Outras marcas batidas do duelo: foi a primeira vez que a competição viu oito jogadores diferentes marcarem gols em um só jogo. E, considerando também o 6 a 0 no duelo do Dortmund contra o Legia Varsóvia na Polônia, no turno da fase de grupos, o time alemão fez 14 gols no rival – é o máximo que um time fez em outro em uma só edição da disputa europeia.