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As armas do PSG para evitar a "maior virada da história" contra o Barcelona

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

08/03/2017 04h00

É quase impossível virar um confronto de mata-mata depois que o primeiro jogo termina 4 a 0. Mas, se existe algum time capaz de conseguir o feito, esse time é o Barcelona.

Quem acompanha a Liga dos Campeões deve, nas últimas duas semanas, ter ouvido essas frases algumas vezes – principalmente pelo fato dos catalães contarem com o trio MSN (Messi, Suárez e Neymar). Mas, e do outro lado? Quais são armas do time francês para evitar uma virada histórica dos espanhóis?

O UOL Esporte lista as principais qualidades do PSG para o confronto no Camp Nou, nesta quarta-feira, às 16h45 (horário de Brasília). 

Verratti, Matuidi e o tiki-taka francês

Tudo começa pelo meio-campo com Verratti e Matuidi. O italiano e o francês formam, provavelmente, a dupla de volantes mais dinâmica do planeta. Os dois são capazes de armar o jogo e conter os rivais com a mesma qualidade e estão no melhor momento desde que se juntaram na França. Não é exagero falar que, juntos, eles formam uma versão moderna da dupla Xavi e Iniesta, responsável pelo melhor momento do tiki-taka do Barcelona.

Foi justamente a dinâmica que os dois trouxeram para o confronto que acabou com o Barça no primeiro jogo. Aproveitando o momento ruim de Iniesta e Busquets e a falta de adaptação de André Gomes ao clube, o PSG dominou o meio-campo, mostrando mais velocidade na troca de passes, mais empenho nas divididas e muito mais objetividade na criação de jogadas.

Foi justamente por causa da boa performance da dupla que Luís Enrique mudou o esquema de jogo do Barcelona, usando três zagueiros e aumentando o número de meio-campistas. Isso deve criar novos desafios para Verratti, Matuidi e o outro membro desse meio-campo, o francês Rabiot.

Experiência de Thiago Silva contra o abafa

Na defesa, apesar da boa partida que o jovem Kimpembe fez no Parque dos Príncipes no jogo de ida, o técnico Unai Emery deve usar Thiago Silva no Camp Nou. O motivo é simples. No primeiro jogo, a explosão do francês foi importante, chegando na frente na maioria dos duelos com Suárez e Messi.

Mas na volta, a força ofensiva do Barça deve ser maior e um jogador menos experiente (e mais afoito) correria muito mais riscos. Por isso, a experiência do ex-Fluminense, que aos 32 anos ainda é um dos maiores zagueiros do planeta, será fundamental. Além disso, seu entrosamento com Marquinhos conta bastante.

Velocidade do jogo pelas pontas para contra-ataque

Prevendo um Barcelona lançado ao ataque, o jogo pelas pontas do PSG, com o alemão Draxler, o argentino Di Maria ou o brasileiro Lucas Moura, pode decidir a classificação: são eles que devem dar velocidade no contra-ataque para os franceses.

Na ida, Di Maria foi o nome do jogo por sua capacidade de criação com a bola nos pés. Ele passou, correu e concluiu e terminou com dois gols. Desde aquela partida, porém, só entrou em campo uma vez e ninguém sabe ao certo qual sua condição física para esta quarta.

Nesse contexto, não é improvável pensar no brasileiro como titular em seu lugar. Além do aspecto físico, Lucas traz a campo um futebol muito mais vertical, apostando mais em velocidade do que em troca de passes para criação das jogadas – características ideais para quem joga no contra-ataque.

Cavani: um gol para se classificar

Com 4 a 0 de vantagem, um gol na Espanha define a classificação – já que o Barça precisaria, então, fazer seis para virar. E é aí que entra Cavani. O uruguaio tem 13 gols nos últimos 11 jogos, é o artilheiro do Campeonato Francês (com 27 gols) e vice-artilheiro da Champions, com sete gols.

Mais do que isso, o trio de defesa do Barça, que deve ter Piqué, Umtiti e Mascherano, é uma incógnita. Os três não jogaram juntos no esquema até agora. Luís Enrique usou Alba e Mathieu como zagueiros nas últimas três partidas, ainda em busca das peças ideais para o novo esquema. Nesse contexto, o poder de movimentação de Cavani, muito mais móvel do que um centroavante tradicional, pode fazer a diferença.