Dono do Monaco teve fortuna reduzida por divórcio e ficou um ano na prisão
Em 2011, o Monaco era o último colocado da segunda divisão francesa quando foi vendido. O russo Dmitri Rybolovlev adquiriu 66,7% das ações do clube para ficar com o controle e prometeu investimentos de mais de 100 milhões de euros para tirar a equipe do abismo. Desde então, a fortuna gasta foi três vezes maior e reergueu o semifinalista da Liga dos Campeões. - duelo contra a Juventus, no estádio Louis II, é nesta quarta-feira, às 15h45min (de Brasília).
Aos 50 anos, Rybolovlev sempre tentou manter sua vida longe dos tablóides. No entanto, o sucesso do time francês traz à tona casos do passado. O divórcio mais caro do mundo e os 11 meses presos na Rússia por acusação de participar de assassinato estão entre os problemas enfrentados pelo bilionário.
A exemplo de Roman Abramovich, dono do Chelsea, Dmitry Rybolovlev, fez fortuna com a privatização de empresas na antiga União Soviética, no fim dos anos 80, com a queda do regime comunista. O salto maior aconteceu em 2010 ao vender sua participação na produtora de fertilizantes Uralkali por 6,5 bilhões de dólares.
A Uralkali domina o mercado russo de fertilizantes há quase 30 anos. Mas, em 1995, o negócio esteve ameaçado quando o assassinato do dono de uma concorrente fez Rybolovlev passar quase um ano na prisão. Ele foi acusado de ser o mandante do crime, e mesmo sem provas pagou pela suspeita. Absolvido, deixou a prisão, mas se mudou de país por conta de constantes ameaças de morte.
O principado de Monaco foi o lugar escolhido por Rybolovlev para morar. Foi quando o hobby de investir começou a coincidir com a paixão pelo futebol.
Em 2013, Rybolovlev revolucionou o Monaco ao anunciar três contratações de peso: João Moutinho, James Rodriguez, ambos do Porto, e o artilheiro Falcao García, ex-Atletico de Madrid. Gastou no trio 127 milhões de euros, ou R$ 353 milhões à época, segundo o site Transfermarkt.
O segundo lugar conquistado no Campeonato Francês na temporada 2013/2014 animou o proprietário. No entanto, o divórcio da mulher, Elena, entrou em cena e ameaçando a fortuna de Rybolovlev, e consequentemente, o Monaco.
Em maio de 2014, a Justiça ordenou que o bilionário pagasse US$ 4,8 bilhões (cerca de R$ 10,6 bilhões) a mulher com quem foi casado por 24 anos. O valor representava 54% do patrimônio que Rybolovlev acumulava segundo a revista Forbes. O tema foi tratado pela mídia como o "divórcio mais caro do mundo".
Mais "pobre", Rybolovlev viu no futebol uma saída para recompor seu patrimônio. Por isso, mandou James Rodríguez para o Real Madrid por 80 milhões de euros (R$ 268,4 milhões, na cotação atual), além de ceder jogadores importantes para a equipe, como o lateral Abidal, que foi para o Olympiacos-GRE, e o atacante Emmanuel Rivière, transferido para o Newcastle-ING. Para se livrar do alto salário, a solução com Falcão Garcia foi o emprestar para o Manchester United.
O Monaco se recompôs sem grandes investimentos e com a ascensão de jogadores da categoria de base. Assim surgiu nesta temporada, por exemplo, o atacante Kylian Mbappé, de apenas 18 anos. O atacante Thomas Lemar (21), o lateral esquerdo Benjamin Mendy (22) e o volante Timoué Bakayoko (22) são outros destaques que ganharam espaço com a política de corte de gastos.
A semifinal da Liga dos Campeões e a liderança da atual edição do Campeonato Francês deixaram o elenco do Monaco valorizado. Em uma nova oportunidade para Rybolovlev seguir aumentando a fortuna.
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