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Mesmo derrotado em final, Buffon vive noite de reconhecimento de grandeza

Eddie Keogh/Reuters
Imagem: Eddie Keogh/Reuters

João Henrique Marques

Do UOL, em Cardiff, no País de Gales

04/06/2017 06h00

A imagem de Gianluigi Buffon abatido após a goleada de 4 a 1 do Real Madrid sobre a Juventus, na final da Liga dos Campeões, em Cardiff, no País de Gales, aparece no telão do estádio. De imediato, a torcida do Real aplaude. É o reconhecimento da grandeza de um goleiro de qualidade inquestionável, mas que se aproxima do final da carreira sem o merecido prêmio de melhor jogador do Mundo.

Buffon nunca esteve tão perto. Com o sucesso da Juventus na temporada, a missão final era parar Cristiano Ronaldo. O problema é que o português ainda fez dois gols.

“Na verdade eu não me preocupava com o Bola de Ouro, sempre disse isso. Acho mesmo que se o prêmio for para o Cristiano Ronaldo está mais do que merecido. Minha preocupação tem que ser a de manter o nível para a próxima temporada”, destacou Buffon.

E que nível! Na Liga dos Campeões, Buffon foi vazado sete vezes, em 12 partidas. Já na conquista do Campeonato Italiano são 22 gols sofridos, em 30 jogos disputados. O goleiro não participou do título da Copa Itália – o brasileiro Neto foi quem jogou os 10 jogos como titular -.

Aos 39 anos, um Bola de Ouro de Buffon também tem conotação de prêmio pela brilhante carreira. Na história, o único goleiro ganhador é o russo Oleg Blojin, do Dínamo de Kiev, à época da União Soviética.

“O que posso te dizer é que se trata do maior goleiro que já treinei em minha carreira. É algo fantástico em termos de posicionamento, e sem duvida alguma estamos em um momento técnico tão alto no futebol, que goleiros como ele, que param jogadores fenomenais, como Messi, precisam ser condecorados”, analisou o lateral direito da Juventus, Daniel Alves.

A referência ao argentino se deve ao fato de nunca ter marcado gol nos três duelos contra Buffon.

Na final diante do Real Madrid, Buffon foi traído por desvios nos dois primeiros gols do adversário marcados por Cristiano Ronaldo e Casemiro. Nos outros dois gols de Cristiano Ronaldo e Asensio, não há falhas.

“Na verdade não sei nem dizer ainda o que aconteceu no jogo. Estamos todos sem saber explicar. Mas a única coisa que temos condição de dizer é que foi algo justo”, discursou Buffon.

O goleiro ovacionado até por adversários fará da próxima a última temporada na carreira. O ciclo será encerrado na Copa do Mundo de 2018. Quem sabe, o prêmio de melhor do Mundo ainda é possível.

“Sim que me sentia na melhor condição da carreira (para ganhar o Bola de Ouro). Mas isso não quer dizer que foi meu melhor ano, e nem que no próximo ano não estarei melhor. O mais importante é que a conquista individual sempre será consequência do sucesso da Juventus”, ensinou Buffon.