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Heróis e vilão: como foram os selecionáveis de Tite na estreia da Champions

AFP PHOTO / FRANCK FIFE
Imagem: AFP PHOTO / FRANCK FIFE

Do UOL, em São Paulo

14/09/2017 04h00

Enquanto o Brasil se preparara para a Copa do Mundo da Rússia, existe palco melhor do que o campeonato de clubes mais importante do planeta para os atletas da seleção brasileira se prepararem?

Boa parte dos selecionáveis do técnico Tite entrou em campo nesta semana, na rodada de abertura da Liga dos Campeões. Os resultados variaram. Alisson, agora titular da Roma, por exemplo, foi herói do time em um empate em 0 a 0 com o Atlético de Madri. Já Roberto Firmino, o reserva imediato de Gabriel Jesus para a camisa 9 amarela, foi vilão de seu time, o Liverpool, ao perder um pênalti no empate por 2 a 2 com o Sevilla.

Veja como foram os selecionáveis que entraram em campo pelo torneio:

Goleiros: Alisson é elogiado; Ederson surpreende
Alisson, Roma - Filippo Monteforte/AFP - Filippo Monteforte/AFP
Imagem: Filippo Monteforte/AFP

No gol, Alisson, da Roma, e Ederson, do Manchester City, estiveram nas últimas convocações de Tite. O primeiro, titular de Tite desde seu primeiro jogo, começa a apagar as desconfianças a respeito de seu nome. Após o 0 a 0 com o Atlético, ele foi chamado de muro pelo jornal Sport e eleito o melhor da Roma pelo Marca – na Itália, o chamaram de Super-Alisson.

Ederson surpreendeu por entrar em campo. O goleiro de apenas 24 anos, em sua primeira temporada no Manchester City, levou uma solada de Mané, do Liverpool, no último sábado e levou mais de dez pontos no rosto após o jogo. Mesmo assim, jogou contra o Feyenoord (usando um capacete) – ele, porém, não foi testado, já que o City venceu com facilidade por 4 a 0.

Laterais: Marcelo e Alex Sandro sofrem
Daniel Alves - AFP PHOTO / THOMAS SAMSON - AFP PHOTO / THOMAS SAMSON
Imagem: AFP PHOTO / THOMAS SAMSON

Nas laterais, Daniel Alves foi bem em sua estreia na Champions pelo PSG, mas não teve destaque na goleada por 5 a 0 sobre o Celtic. Filipe Luís, do Atlético de Madri, também foi discreto no empate com a Roma.

Os outros laterais de Tite, Marcelo, do Real Madrid, e Alex Sandro, da Juventus, convocado para a última partida da seleção, sofreram. O Marca, por exemplo, disse que o jogador do Real “certamente teve dias melhores” – sua equipe venceu o Apoel por 3 a 0. Já Alex Sandro sofreu contra o Barcelona na derrota por 3 a 0. O Corriere dela Sera disse que o brasileiro precisa “fechar melhor o seu setor”.

O mais discreto dos laterais foi Rafinha, do Bayern de Munique, convocado para os amistosos da Austrália no meio do ano. Reserva de confiança de Carlo Ancelotti, ele foi escalado na lateral esquerda nos 3 a 0 sobre o Anderlecht.

Zagueiros tem rodada discreta

No centro da defesa, Tite não teve muito o que observar. Marquinhos e Thiago Silva formaram a dupla de zaga do PSG, mas a goleada sobre o Celtic não teve muita pressão em cima do time parisiense. Jemerson, convocado para a vaga de Miranda na última partida das Eliminatórias, teve mais trabalho pelo Monaco, no empate em 1 a 1 com o Leipzig – o gol dos alemães, porém, foi uma falha do setor direito da defesa, sem culpa do brasileiro.

Nem mesmo David Luiz, que voltou a ser convocado no meio do ano para a seleção, se destacou: ele foi poupado na vitória do Chelsea por 6 a 0 sobre o Qarabag, do Azerbaijão.

Casemiro, do Real Madrid - REUTERS/Miguel Vidal - REUTERS/Miguel Vidal
Imagem: REUTERS/Miguel Vidal
Volantes: Casemiro e Fernandinho são eficientes

Homens de confiança de Tite, Casemiro (Real Madrid) e Fernandinho (Manchester City) não apareceram muito nas vitórias, mas acabaram elogiados. Casemiro, segundo os jornais espanhóis, garantiu a eficiência defensiva nos 3 a 0 sobre o Apoel (“Toda quarta e domingo ele fecha a casinha”, escreveu o Marca). Fernandinho também teve uma atuação “normal”, mas foi o líder de um meio-campo que deu tranquilidade para o goleiro Ederson, como escreveu o Daily Mail.

Meio-campo: Paulinho busca espaço, Coutinho volta

Entre os meio-campistas, a grande dúvida dos brasileiros (e provavelmente de Tite) envolve a utilização de Paulinho no Barcelona. Recém-chegado, ele entrou no segundo tempo na vitória sobre a Juventus, no lugar de Rakitic. Os jornais espanhóis, porém, disseram que ele ainda está se adaptando e entra “a conta-gotas” na equipe de Ernesto Valverde. Desde que chegou, fez três jogos com a camisa do Barcelona, sempre entrando no segundo tempo.

Paulinho e Valverde do Barcelona - AFP/Lluis Gene - AFP/Lluis Gene
Imagem: AFP/Lluis Gene

Outra dúvida envolvia Philippe Coutinho e seu relacionamento com o Liverpool. Com a transferência frustrada para o Barcelona, ele reestreou pelo Liverpool entrando no segundo tempo do empate com o Sevilla. Foi discreto, mas o que mais chamou atenção foi a ovação que recebeu dos torcedores em Anfield – prova de que deve ser abraçado na nova temporada.

Completando a lista de meias, Willian segue titular do Chelsea, mas agora vem sendo elogiado. Ao falar da vitória sobre o Qarabag, o Guardian que o brasileiro é uma “figura renovada após a queda de rendimento da última temporada”. Resta saber, porém, até quando Willian seguirá como titular: ele vem jogando na vaga de Hazard, grande estrela do clube, e seu outro rival, o espanhol Pedro, vem sendo um dos destaques do início da temporada.

Atacantes: Firmino é único vilão da turma
Firmino, do Liverpool - Paul Ellis/AFP - Paul Ellis/AFP
Imagem: Paul Ellis/AFP

Entre os atacantes, os selecionáveis de Tite somaram quatro gols. Roberto Firmino, do Liverpool, foi o autor de um deles, mas acabou como vilão: ele perdeu um pênalti no fim do primeiro tempo, lance determinante para o empate em 2 a 2 com o Sevilla, segunda a imprensa inglesa.

Ainda entre os ingleses, Gabriel Jesus confirmou o bom momento ao marcar uma vez nos 4 a 0 sobre o Feyenoord, Neymar foi um dos melhores em campo (e fez um) nos 5 a 0 do PSG contra o Celtic e Taison completou a lista de goleadores ao abrir o placar para o Shakhtar Donetsk na vitória por 2 a 1 sobre o Napoli.

Completando a lista, Douglas Costa passou em branco em sua primeira partida de Champions pela Juventus e sofreu contra o Barcelona. O Corriere della Sera o viu abatido com o rendimento da equipe e questionou seu poder para ajudar na transição entre a defesa e o ataque.