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Zidane e Unai Emery trocam papéis em Real x PSG e adotam mistério

AP Photo/Alberto Saiz
Imagem: AP Photo/Alberto Saiz

João Henrique Marques

Do UOL, em Madri

14/02/2018 04h00

De um lado, treinador francês em clube espanhol. Do outro, espanhol em clube francês. A curiosidade é a marca do duelo entre Zinedine Zidane e Unai Emery no Real Madrid x PSG, a partida de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, nesta quarta-feira, às 17h45 (de Brasília), no Santiago Bernabéu, em Madri.

Os treinadores chegam para o duelo com os papéis invertidos. O antes adorado Zidane passa por momento turbulento no Real Madrid. Já o contestado Unai Emery agora goza do mérito de conduzir o favoritismo do melhor ataque da Europa no confronto.

A mudança de cenário

No começo da temporada de Zidane era inquestionável. O responsável por conduzir o time ao bicampeonato da Liga dos Campeões, em 2016 e 2017, ainda mostrou a força do elenco sem Cristiano Ronaldo ao superar o rival Barcelona em dois jogos pela Supercopa da Espanha – vitórias por 3 a 1 e 2 a 0.

Ao longo da temporada, com o elenco completo, Zidane passou a desagradar constantemente líderes técnicos do grupo. Bale, Isco, Asensio são os pilares do problema de um time que jamais teve uma formação titular de conhecimento do torcedor. Os resultados ruins em sequência agravaram a situação.

O Real Madrid está em quarto lugar no Campeonato Espanhol, 17 pontos de distância do líder Barcelona, e ainda passou pelo vexame recente de eliminação nas quartas de final da Copa do Rei para o pequeno Leganés. Foi quando eliminar o PSG passou a ser visto como uma obrigação de Zidane para seguir no comando do clube na próxima temporada.

“A pressão faz parte do comando do Real Madrid. Não quero especular sobre o futuro. Apenas digo que me sinto confiante, pois é algo que notei com o grupo. Vamos melhorar”, destacou Zidane na véspera do jogo.

A situação de Unai Emery é considerada inversa por justamente passar pelo melhor momento no comando do time ao superar a pressão inicial pelos resultados do PSG na temporada passada – vice do Campeonato Francês e eliminado nas oitavas de final da Liga dos Campeões.

Após o inesquecível 6 a 1 sofrido para o Barcelona no ano passado, a permanência do treinador no clube foi surpreendente. Ao elenco foram incorporados os nomes de peso de Neymar e Mbappé, e o comandante espanhol soube gerenciar o ego de um elenco cheio de craques.

“Não me sinto maior que o Zidane. Ele passou por uma fase complicada, e eu também. No fundo nos sabemos que um resultado de um jogo de alto nível como esse muitas vezes não tem nenhum culpado”, disse Unai Emery.

Os mistérios

Nada de pistas. Zidane e Unai Emery deixaram dúvidas nas escalações de Real Madrid e PSG. A tática de somente revelar a formação uma hora antes do jogo – tempo limite imposto pela Uefa - será utilizada.

Zidane deixou em dúvida a utilização do esquema 4-3-3 com a presença de Cristiano Ronaldo, Benzema e Bale, ou a opção pelo 4-4-2 com a saída de um dos últimos jogadores para a entrada de Isco. O volante croata Kovacic também foi tratado como opção de titular para uma marcação próxima a Neymar.

“Não vou dizer nada sobre escalação. Mas posso falar que isso não importa para mim. É um desenho tático. O que importa é o que os jogadores vão fazer dentro de campo”, disse Zidane.

Já o treinador Unai Emery preferiu não revelar o substituto do volante Thiago Mota na equipe. O francês recém contratado, Lassana Diarra, é visto como a provável opção. No entanto, a escolha por Rabiot improvisado na função de primeiro jogador no setor do meio-campo, e com Giovani Lo Celso ocupando seu setor, também está cotada.

“Vamos deixar isso para a hora do jogo. Nós temos uma ideia do que o adversário vai fazer e ainda estamos pensando. Mas posso garantir que isso não vai mudar em nada nossa postura ofensiva”, destacou o treinador do PSG.

REAL MADRID x PARIS SAINT-GERMAIN 

Data: 14 de fevereiro de 2018
Horário: 17h45 (de Brasília)
Local: estádio Santiago Bernabéu, em Madri (Espanha)
Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália)
Assistentes: Elenito Di Liberatore e Mauro Tonolini (ambos da Itália)

REAL MADRID: Keylor Navas, Nacho, Varane, Sérgio Ramos e Marcelo; Casemiro, Kroos e Modric; Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo.
Técnico: Zinedine Zidane

PSG: Areola; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Kurzawa; Diarra, Rabiot e Verrati; Neymar, Cavani e Mbappé
Técnico: Unai Emery