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"Ficamos indignados". Como o Atlético-MG superou clima ruim após protestos

Carro Marcos Rocha - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Carro de Marcos Rocha foi amassado durante a confusão de sábado
Imagem: Reprodução/Instagram

Enrico Bruno, Thiago Fernandes e Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

01/05/2017 04h00

A véspera do clássico com o Cruzeiro, que terminou em 0 a 0 neste domingo, parecia que seria um dia de tranquilidade na Cidade do Galo. Sem a presença de imprensa ou convidados, o técnico Roger Machado teria oportunidade de preparar o time técnica e taticamente para o primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro. No entanto, a chegada ao CT atleticano foi bastante conturbada para alguns atletas, especialmente para o lateral direito Marcos Rocha, que teve o carro amassado por alguns torcedores que estavam protestando na porta da Cidade do Galo.

Uma ação que poderia ser de incentivo, se tornou vandalismo. O clima que seria de paz, na véspera da decisão, deu lugar à indignação e decepção, como descreveram os próprios jogadores do Atlético. “Nós ficamos indignados pela forma que foi. Acho que a torcida tem direito de cobrar, mas não daquela forma. Os torcedores que lá foram não representam a maioria da torcida do Atlético, agredindo e destruindo um bem patrimonial de outra pessoa. O caminho não é por aí”, disse o capitão do time, Leonardo Silva.

Aliás, o zagueiro foi determinante para a recuperação da confiança dos jogadores atleticanos. Leonardo Silva conversou bastante com os jogadores, para não deixar que um protesto violente fosse capaz de interferir dentro de campo.

“Tivemos uma conversa, para tranquilizar a maioria dos atletas, para o unir o grupo cada vez mais. Ficamos indignados, mas não apavorados. Ficamos tranquilos, sabendo que dentro do clube nós temos uma estrutura que nos protegeu e procuramos trabalhar não ninguém perder a cabeça por causa disso”.

Roger minimizou ato hostil: "minoria barulhenta"

Além da conversa com o capitão, o trabalho de Roger Machado também foi determinante para que o Atlético fosse capaz de fazer um bom clássico diante do Cruzeiro. O treinador alvinegro revelou que conversou bastante com os jogadores. O ponto determinante foi mostrar que aqueles que foram até a porta da Cidade do Galo se tratavam de vândalos, mas não de torcedores.

“Tive que trabalhar essa questão. Acredito que não tenha influenciado em campo. A gente não pode generalizar e atribuir o ato à torcida. Quem tem esse tipo de atitude não é torcedor, é vândalo. O torcedor é o que a gente viu aqui, que foi na Libertadores, que tem nos apoiado e também criticado quando a gente joga mal. Foi um episódio lamentável, mas foi uma minoria barulhenta. A gente não deve dar respaldo, porque isso para eles é troféu. Não é protesto, é vandalismo. Trabalhei de ontem para hoje para que os jogadores tivessem a cabeça boa no jogo”, completou o técnico Roger Machado.

Se existia alguma dúvida sobre como seria a reação dos jogadores alvinegros diante do Cruzeiro, a resposta foi bastante positiva. Apesar da menor posse de bola e de ter finalizado menos do que o rival, o Atlético conseguiu anular os pontos fortes da equipe celeste e criou boas chances de gol, especialmente no segundo tempo, no empate em 0 a 0, no Mineirão. Justamente o tipo de reação que Roger Machado e o capitão Leonardo Silva esperavam ver em campo.