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Garotos de Atlético-PR e Coritiba revivem rivalidade da base em final no PR

João Pedro (8) e Romércio (4) sobem para disputar na primeira final: rivalidade desde a base - Comunicação CFC
João Pedro (8) e Romércio (4) sobem para disputar na primeira final: rivalidade desde a base Imagem: Comunicação CFC

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

07/04/2018 11h00

Zé Ivaldo, Léo Pereira, Renan Lodi, Matheus Anjos, Marcos Moser (esse, com as duas camisas), Romércio, Thalisson Kelven e Julio Rusch são alguns dos jogadores que tentarão entrar para a história de Atlético Paranaense ou Coritiba como campeões profissionais de futebol do Paraná, mas que já vivem a rivalidade desde a base. Para estes – e alguns mais, como João Pedro e Kady – a partida de domingo, 16h na Arena da Baixada, será uma repetição de vários duelos ao longo dos últimos anos, com a diferença que agora a cobrança está em outro nível.

Atlético e Coritiba são clubes que decidiram apostar pesado nas suas categorias de base em 2018, por motivos diferentes. No Furacão, já é filosofia. Por razões políticas e técnicas, o clube manda à campo desde 2013 um time sub-23 no Paranaense – exceção à 2016, quando colocou os profissionais na maioria dos jogos e rompeu um tabu de sete anos sem taças. Nesta temporada, montou todo um elenco diferente, apelidado de “Aspirantes”, e colocou jogadores mais rodados para jogarem com os garotos, como o zagueiro Emerson, os volantes Deivid e Pierre e o atacante Ederson.

Já no Coxa é o primeiro ano de uma nova diretoria que prometeu em campanha dar chance aos meninos da base. Um misto de filosofia e necessidade financeira: com um primeiro semestre deficitário e com uma Série B pela frente, o Coritiba subiu muitos garotos do time vice-campeão brasileiro Sub-20 para jogarem com remanescentes do elenco 2017, como o goleiro Wilson, o volante João Paulo e os atacante Kléber e Alecsandro. Abertamente, o clube tratou o Paranaense como um período de testes e já traz reforços para a temporada – deverá também dispensar ou negociar jogadores após o fim do Estadual.

Decisões por pênaltis e equilíbrio marcam duelos

Não faz seis meses, ainda pelas categorias de base, os garotos de Atlético e Coritiba duelaram duas vezes pela segunda fase do Brasileiro Sub-20. Cada time venceu uma vez, 1 a 0. Estiveram em campo pelo Atlético, o goleiro Caio, o lateral Renan Lodi e o atacante Deméthryus, enquanto que pelo Coritiba, o lateral Marcos Moser, o zagueiro Romércio, os meias Vitor Carvalho e Julio Rusch, além dos dois técnicos, Tiago Nunes e Sandro Forner, ambos comandando os times que irão a campo nesta final. Os dois foram semifinalistas: o Furacão eliminado pelo Cruzeiro no critério de gols fora de casa, o mesmo Cruzeiro que venceu o título contra o Coxa nos pênaltis, após dois empates.

Caio CAP - Fabio Wosniak/Site oficial CAP - Fabio Wosniak/Site oficial CAP
Goleiro Caio em decisão por pênaltis na base
Imagem: Fabio Wosniak/Site oficial CAP

Foi apenas o mais recente duelo entre muitos destes jogadores ainda na base dos clubes. Em 2016, nomes como Caio, Zé Ivaldo, Matheus Anjos e Marcos Moser, ainda pelo Atlético, e Thalisson Kelven, Romércio, Vitor Carvalo, Julio Rusch e Kady fizeram dois duelos pelas semifinais do Paranaense Sub-19. Cada time venceu uma vez e o Atlético levou a melhor nos pênaltis, avançando para ser o campeão na final contra o J. Malucelli. No ano seguinte, o Atlético decidiu não usar o elenco da categoria no Estadual Sub-19, promovendo alguns jogadores mais jovens. O time não se classificou às finais. Já o Coxa usou praticamente a mesma base e foi semifinalista. Cada um venceu um jogo: Coxa 3 a 0 e Furacão 1 a 0.

Atletiba 377 vale vantagem ou nova igualdade

O clássico de número 377 entre Atlético e Coritiba marcará o fim da 18ª decisão entre os clubes por um título estadual. Nas 17 anteriores, leve vantagem do Coxa: 9 a 8. Nos últimos 10 anos, a dupla Atletiba se alternou entre campeão e vice em sete ocasiões – cinco delas em finais – e com ampla supremacia do Coritiba, que ficou na frente em seis campeonatos, revertendo assim uma desvantagem histórica.

O Coxa derrotou o Furacão nas edições de 1941, 1968, 1972, 1978, 2004, 2008, 2012, 2013 e 2017, totalizando nove conquistas. Já o Rubro-Negro levou a melhor nos anos de 1943, 1945, 1983, 1990, 1998, 2000, 2005 e 2016, com oito títulos.

Além das decisões, os dois clubes estiveram nas duas primeiras posições em outras sete ocasiões, sem finais. O Coxa foi campeão em 1927, 1973, 1974, 2010 e 2011 tendo o Furacão como vice, situação que se inverteu em 1936 e 1970.

Em jogos, o domínio também é coxa-branca. Em 376 jogos, são 145 vitórias alviverdes contra 118 do Atlético e ainda 113 empates.

ATLÉTICO-PR X CORITIBA

Data: 8 de Abril de 2018, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Motivo: Final do Campeonato Paranaense – 2º jogo
Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)

Árbitro: Felipe Gomes da Silva
Auxiliares: Luciano Roggenbaum e Luiz Henrique de Sousa Santos Renes

Atlético: Caio; Diego Ferreira, Zé Ivaldo, Léo Pereira e Renan Lodi; Deivid, Bruno Guimarães,  Matheus Anjos e João Pedro; Marcinho e Éderson Técnico: Tiago Nunes.

Coritiba: Wilson; Marcos Moser, Romércio, Thalisson Kelven e Léo Andrade; João Paulo, Matheus Galdezani e Julio Rusch; Thiago Lopes, Pablo e Evandro (Kléber). Técnico: Sandro Forner.