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Paulista - 2019

Tirone sinaliza com saída de Frizzo do futebol do Palmeiras: "Ninguém é eterno"

Tirone: "Ele [Frizzo] é vice-presidente, tem o espaço dele, mas no futebol posso mexer" - Luiza Oliveira/UOL
Tirone: "Ele [Frizzo] é vice-presidente, tem o espaço dele, mas no futebol posso mexer" Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

23/01/2012 06h00

A pressão exercida por torcedores, conselheiros e por Luiz Felipe Scolari em cima do vice-presidente de futebol, Roberto Frizzo, parece ter surtido efeito. O presidente Arnaldo Tirone, pela primeira vez de maneira pública, admitiu que pensa em trocar o comando de futebol. Em entrevista ao UOL Esporte, o cartola afirmou que “ninguém é eterno”, repetindo a justificativa que deu ao demitir funcionários em novembro do ano passado.

Na entrevista, Tirone ainda afirmou que não está com pressa para definir o novo patrocinador da equipe, que substituirá a Fiat, que teve seu contrato encerrado em dezembro do ano passado, e afirmou estar acompanhando de muito perto os casos envolvendo o “sumiço” de quase R$ 300 mil e também quer entender porque o clube precisou pagar uma multa maior do que o previsto pela rescisão do atacante Ewerthon.

Por último, Tirone ainda descartou a chegada de Jonas, lateral direito do Coritiba, que chegou a acertar com o Santos, mas a negociação foi encerrada na parte final da burocracia, fazendo o atleta voltar para o Couto Pereira.

Confira a entrevista completa de Arnaldo Tirone ao UOL Esporte:

UOL Esporte:  Roberto Frizzo está sofrendo uma grande pressão no departamento de futebol. Recentemente teve até reclamação pública de Luiz Felipe Scolari. Como você analisa este atrito?
Arnaldo Tirone:
O Frizzo sabe analisar as coisas e sabe o que ele precisa fazer ou deixar de fazer. Não tem essa que estou mantendo ele por gratidão política. Se eu precisar tirar, eu tiro.

UOL Esporte: Você vai tirar?
Tirone:
Eu ainda não conversei com ele, vou marcar uma conversa. Vamos falar um pouco de tudo o que já teve no Palmeiras.

UOL Esporte: Mas você vai tirar?
Tirone:
Ah, você sabe. Ninguém é eterno, nem eu. Ele é vice-presidente, tem o espaço dele, mas no futebol eu posso mexer, sim. Vou conversar com ele ainda.

UOL Esporte: Seria uma decisão após um ano de gestão. Como você analisa esse período que já passou?
Tirone:
Foi um ano administrativo muito bom, sem deixar a dívida aumentar, não é? Por esse lado, acho a gestão muito boa. Mas no futebol, fomos muito bem no começo, com um bom Paulistão, mas aí o time caiu de produção. Agora, no fim do Brasileirão, o time voltou a crescer, então vamos ver o que vai acontecer neste ano. Estou confiante no time, no trabalho de Felipão.

UOL Esporte: E reforços? Vocês vão trazer o Jonas?
Tirone:
O Jonas foi um atleta que despertou nosso interesse durante uma época, mas agora ele não vem mais. Ele não faz mais parte dos nossos  planos. Estamos vendo outras opções.

UOL Esporte: É o Artur, do São Caetano?
Tirone:
Vamos ver. O Artur é um jogador bom, teve um bom ano e é uma aposta. Estamos conversando. Acho que o time precisa de reforços pontuais. Já trouxemos Barcos e Daniel Carvalho, um lateral direito para a reserva pode ser uma opção, mas ele não pode ser caro.

UOL Esporte: Outra negociação é com o marketing. Você não está preocupado com a demora para fechar um novo patrocinador?
Tirone:
Estamos negociando com várias empresas. Não temos pressa para fechar nada, eu quero algum parceiro que seja bom para o Palmeiras. Não podemos sair prejudicados em nenhuma negociação. Estamos conversando com a Adidas também para resolver o imbróglio das camisas que eles querem vender. Queremos que saia de um jeito que seja bom para todo mundo, principalmente para o Palmeiras.

UOL Esporte: E o caso do “sumiço” de quase R$ 300 mil da contabilidade? E a multa dobrada do Ewerthon? Você está de olho nisso ou está deixando nas mãos do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização)?
Tirone:
Óbvio que estou analisando a situação de perto. Perdemos dinheiro no caso do Ewerthon? Perdemos. Mas ganhamos muito em outros casos renegociados. O Ewerthon não quis renegociar, paciência. Mas ganhamos R$ 5 milhões em outros casos. No caso do Corcione, se ficar comprovado que ele tem culpa, ele vai ser punido. O que sabemos até agora é que o dinheiro não entrou na nossa contabilidade. É a única certeza até agora.

UOL Esporte: Mas você acha que a tendência é que os conselheiros sejam expulsos? Acha que tudo isso tem fundo político?
Tirone:
Estamos em cima do caso. Se comprovada a fraude, vamos agir. Não tem essa de esconder a decisão, nem de fundo político. Vamos procurar o culpado e, assim que achado, vamos punir. Como te disse, o que sabemos é que a verba não entrou.