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Paulista - 2019

Sampaio explica veto a Richarlyson e diz que "guerra" no Palmeiras o atrapalha no mercado

César Sampaio diz que relação entre Frizzo e Felipão não é de amor, mas profissional - Bruno Thadeu/UOL Esporte
César Sampaio diz que relação entre Frizzo e Felipão não é de amor, mas profissional Imagem: Bruno Thadeu/UOL Esporte

Bruno Thadeu e Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

25/01/2012 06h00

Na última intertemporada, o polivalente Richarlyson foi pivô de protesto da torcida do Palmeiras contra a diretoria. A negociação para a vinda do jogador em dezembro desencadeou ameaças ao presidente Arnaldo Tirone, que desistiu do acordo. Em entrevista nos estúdios do UOL Esporte, o gerente de futebol do clube, César Sampaio, concordou que os torcedores pesaram na decisão, mas negou que esse tenha sido o único motivo para barrar o volante do Atlético-MG.
 

OLHO VIVO

Bruno Thadeu/UOL Esporte
Aprendi que no Palmeiras é tudo "ao vivo". Não dá para falar algo e tentar explicar, não dá para consertar

Sampaio lembrou que a negociação com Richarlyson causou um grande protesto por parte da torcida, especialmente por um episódio de 2005, em que o jogador deixou o Santo André e, mesmo tendo chegado a um acordo com o Palmeiras, se apresentou no São Paulo. O dirigente explicou, no entanto, que esse não foi o único motivo para que as negociações sejam interrompidas.

"Na época nós estávamos negociando para o Pierre, que queria ficar no Atlético-MG. Eles nos passaram três listas de jogadores para envolvermos na negociação. Nesse meio tempo, o procurador do Richarlyson manifestou interesse de negociar com o Palmeiras. A maior revolta dos torcedores foi porque, da primeira vez, ele fez até exame médico e, no mesmo dia, talvez na mesma tarde, ele se apresentou no São Paulo. Foi esse lado torcedor de paixão. Não ia ser só uma troca com outros jogadores e em nenhum momento chegamos a abrir a negociação com ele", explicou.


Outro assunto que incomoda Sampaio é a "guerra fria" nos bastidores do Palestra Itália. A política do Palmeiras está entre as mais conturbadas do futebol brasileiro. É comum virem à tona notícias de brigas entre dirigentes e, até mesmo eles discutirem ao vivo em programas de rádio e de TV. Toda essa bagunça atrapalha o clube na contratação de jogadores.

César Sampaio comentou a dificuldade de combater a briga interna, já que os dirigentes que não estão no poder usam os que comandam o departamento como vitrine, para atirar pedras e aparecer.

O problema também desgastou muito Luiz Felipe Scolari. Com a chegada de Sampaio, o treinador passou a se envolver menos com a parte política e conseguiu manter o foco no futebol, melhorando a qualidade técnica do elenco. Foi mais uma tentativa de deixar o ambiente do clube tranquilo, para fazer os jogadores atuarem com prazer no Palmeiras.

Sampaio admitiu que o vice-presidente, Roberto Frizzo, e o treinador, Luiz Felipe Scolari, não têm uma relação de paixão, mas negou que eles estejam em atrito. Para o ex-volante, a relação profissional que há entre eles é o bastante.

"São pessoas de personalidade forte, que têm uma importância muito grande para o Palmeiras. Cada um dentro do seu setor pode contribuir muito para o Palmeiras. Mais do que a divergência, o que pode unir é a causa. Quando você trabalha com muita gente, não tem essa união, é muito relativo. O mais importante é fazer o serviço. O contato entre os dois tem sido bom, não é aquele amor, mas tem sido profissional", finalizou.