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Cuca e Tite se reencontram e medem forças em duelo de estilos diferentes

Cuca e Tite voltam a se enfrentar depois de 30 meses - Cesar Greco/Ag Palmeiras e Robson Ventura/Folhapress
Cuca e Tite voltam a se enfrentar depois de 30 meses Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras e Robson Ventura/Folhapress

Dassler Marques e Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

03/04/2016 06h00

Mais de dois anos depois, Cuca e Tite voltarão a ficar frente a frente. O reencontro ocorrerá neste domingo, no clássico entre Palmeiras e Corinthians, no Pacaembu, em um confronto de estilos e situações diferentes.

Cuca, por exemplo, acabou de assumir o comando do Palmeiras e fará o sexto jogo à frente do time alviverde. Tite, por sua vez, irá dirigir a equipe corintiana pela 363ª vez, depois de três passagens pelo clube.

As diferenças entre os dois passam ainda pelo aspecto tático, pelos conceitos de marcação e até por fatores extracampo, como a relação com os jogadores e dirigentes do clube.  

No último duelo entre os dois, deu empate. O fato ocorreu em outubro de 2013, no empate sem gols entre Atlético-MG e Corinthians, no estádio Independência -- apenas três jogadores daquela partida entrarão em campo: Alecsandro, Cássio e Rodriguinho.

Time doido x time pragmático

Cuca é conhecido por montar times extremamente ofensivos, seja com a escalação de três atacantes ou o apoio constantes dos laterais. Na última quarta-feira, por exemplo, o treinador escalou dois atacantes de área no Palmeiras (Barrios e Alecsandro), além de Gabriel Jesus. As equipes de Tite, em contrapartida, são marcadas pela solidez defensiva, com poucos gols marcados. O treinador vem aos poucos desmistificando a fama de que seus times não têm força ofensiva. A terceira passagem comprova isso: o Corinthians de 2015 foi às redes com mais frequência que os times de 2010/2011/2012 e 2004/2005.

Gestão de grupos opostas

Tite tem um relacionamento muito próximo a todos os jogadores do elenco corintiano. O treinador não busca motivação em palestras e prefere usar o artifício nos treinamentos e na relação individual, no dia a dia do clube. Já Cuca mostra características opostas. Nesta sexta-feira, por exemplo, o treinador frisou que a preparação para o clássico passará pela conversa com o grupo. A prática influi ainda no desempenho dos times em campo: Tite atua sempre com a força do grupo, enquanto as equipes de Cuca têm mais destaques individuais.


Marcações também são distintas

O método escolhido por Cuca e Tite para se defender é diferente. O palmeirense prefere usar a marcação individual. No último domingo, por exemplo, Edu Dracena era responsável por acompanhar o atacante do Água Santa. No intervalo, o treinador modificou para uma marcação por zona, como a de Tite. O corintiano complementa a estratégia com coberturas organizadas à exaustão. 


Laterais ou alas?

Mais um aspecto é a postura dos laterais. Tite é bastante rígido com sua linha de quatro defensiva. O treinador, por exemplo, não espeta laterais e não posiciona um zagueiro apenas como sobra. Para ele, a organização da primeira linha é um dos fatores ligados à solidez da defesa e à organização da equipe. Cuca é o oposto. No Atlético-MG, o comandante alviverde fez Marcos Rocha se tornar uma espécie de ponta-lateral, como Luciano Almeida, no Botafogo, que era um lateral-zagueiro. Em resumo, a organização defensiva com Cuca pode variar bastante.