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Santos terá Pacaembu lotado, mas teme que torcida não entenda estratégia

Dorival e atletas esperam que torcida entenda o "futebol paciente" do Santos - José Eduardo Martins
Dorival e atletas esperam que torcida entenda o 'futebol paciente' do Santos Imagem: José Eduardo Martins

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

08/04/2017 04h00

O Santos terá o estádio do Pacaembu lotado a seu favor nesta segunda-feira, às 20h (de Brasília), contra a Ponte Preta, para tentar reverter a derrota por 1 a 0 no último dia 1º e tentar chegar a semifinal do Campeonato Paulista. Só que o clube tem um certo temor com relação ao comportamento da torcida no palco onde alcançou a marca de 17 vitórias consecutivas.

Mesmo em desvantagem, os jogadores e até o técnico Dorival Júnior avisaram publicamente que o time não abandonará o estilo de posse de bola. Ou seja, o Santos procurará pacientemente os espaços para conseguir os gols e a classificação.

“Torcedor santista sempre teve participação decisiva, sempre foi fundamental e sabe que terá papel importantíssimo. Que possam passar tranquilidade de fora para dentro, isso já será um fator que poderá nos ajudar no desenvolvimento do jogo em si. O torcedor vem com aquilo que a equipe produz. Dentro de uma partida, podemos ter oscilações e se o torcedor for participativo, como sempre foi, será decisivo na mudança de um comportamento”, explicou Dorival.

Os números do Santos não desmentem a característica trabalhada pelo treinador desde o último ano. De acordo com o Footstats, os santistas foram quem mais deram passes e mais acertaram nesse quesito: média de 495 por jogo, com 91,3% de acerto.

“A torcida vai ficar um pouco impaciente por tocarmos a bola e não atacarmos tão rápido, mas esse é nosso futebol. Temos de dosar e saber como entrar na defesa deles “, avisou o volante Thiago Maia.

“Se tiver congestionado, não adianta querer furar o meio. Nós conversamos, pedimos para rodar, voltar... Temos de ter paciência para encontrar os espaços e fazermos os gols que precisamos”, completou Renato.

O Santos está ainda longe de figurar entre as equipes que mais finalizam. É a sexta que mais chuta corretamente no gol atrás de Palmeiras, São Paulo, Novorizontino, Corinthians e Mirassol, que sequer se classificou. Uma blitz ou tática mais suicida, portanto, fugiriam às características do time. O ataque, por sua vez, é o terceiro mais positivo atrás da competição, com 23 gols, perdendo para o Palmeiras, 26, e o São Paulo, 27.

Dorival tem insistido desde o último ano com essa nova postura, evitando chutões até mesmo do goleiro Vanderlei e dos zagueiros após a perda de jogadores mais velozes como o atacante Geuvânio. Nesta temporada, o treinador tentou ainda a escalação de um volante como zagueiro com a expectativa de aperfeiçoar a saída de bola.

A equipe teve a semana livre para treinamentos e trabalhos específicos no CT Rei Pelé. A carga de ingressos colocada foi de 38 mil, sendo que até sexta-feira, na última parcial divulgada pelo clube, mais da metade das entradas já havia sido vendida (24.920 ingressos). Para se classificar, o Santos precisa vencer por dois gols de diferença. Se conseguir a vitória pela diferença mínima, a decisão do semifinalista acontecerá nos pênaltis.