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Aguirre estreia no SP com trio pesado, falha de Jean e revés para o Azulão

Aguirre no comando do São Paulo  -  Ale Cabral/AGIF -  Ale Cabral/AGIF
Imagem: Ale Cabral/AGIF

Do UOL, em São Paulo (SP)

17/03/2018 17h54

Começou a era Diego Aguirre no São Paulo. E da pior forma possível. Na abertura das quartas de final do Campeonato Paulista, o Tricolor foi ao Anacleto Campanella enfrentar o São Caetano e saiu derrotado por 1 a 0, gol do ex-santista Chiquinho, na tarde deste sábado. Mais do que o resultado negativo, que terá de ser revertido na próxima terça-feira no Morumbi, a partida trouxe à tona problemas que já haviam minado o trabalho de Dorival Júnior, antecessor do treinador uruguaio.

Aguirre decidiu levar a campo um time mais técnico e experiente, próximo do que havia jogado contra o Red Bull Brasil no domingo passado. Como já havia acontecido com Dorival, ter Diego Souza, Nenê e Cueva não foi uma boa opção. O São Paulo, que teve sua melhor atuação do ano na quarta-feira ao golear o CRB na base da velocidade e das tabelas, se tornou novamente um time lento, sem mobilidade. E, como tem sido rotina em 2018, destruído por uma saída de bola ruim, cheia de passes errados.

O domingo e a segunda-feira serão os únicos dias disponíveis para Aguirre tentar rever as escolhas que não tiveram resultado. Na terça, às 21h, a vaga na semifinal será decidida no Morumbi. Uma vitória por um gol de diferença resultará em disputa de pênaltis. Será preciso tirar saldo do São Caetano para uma classificação mais sossegada. O São Paulo, mais uma vez, conviverá com a pressão.

Os melhores

Apesar do gol da vitória do Azulão ter sido marcado por Chiquinho, o grande nome do jogo no ABC Paulista foi Alex Reinaldo. O lateral-direito foi, durante toda a partida, a melhor opção ofensiva do São Caetano. O técnico Pintado usou o ala para explorar as costas de Júnior Tavares e viu seu pupilo levar perigo ao goleiro Jean com suas aparições na área e seus fortes chutes, incluindo o lance do gol. Foi em seu cruzamento que Jean falhou e deixou Chiquinho com a meta vazia para marcar. No lado são-paulino, conseguiram passar um pouco longe da tarde infeliz apenas os zagueiros Arboleda e Rodrigo Caio.

Os piores

A lentidão que tomou conta do São Paulo neste sábado passou muito por esses dois personagens: Petros e Diego Souza. O primeiro, que faz uma temporada irregular até aqui, errou muitos passes e mostrou desatenção fora do comum, inclusive vacilando em lance anterior ao gol do São Caetano (veja no vídeo abaixo). O problema na saída de bola, com (falta de) colaboração de Jucilei atrasou o Tricolor. Já Diego, que parecia aceitar a imposição física dos zagueiros do Azulão, cresceu no fim da partida ao sair de sua zona de conforto e deixou a lista dos piores em campo.

Carinho com o ídolo

Antes da partida começar no Anacleto Campanella, jogadores e membros da comissão técnica do São Paulo formaram fila para abraçar Pintado, treinador do São Caetano e que foi auxiliar do Tricolor ente março de 2016 e julho de 2017. O ex-volante, que foi ídolo do clube do Morumbi, foi bastante festejado pelos atletas, principalmente por Rodrigo Caio, e disse ter informado o elenco do Azulão mais sobre as virtudes do que sobre os defeitos dos são-paulinos.

Tira-teima

Se o São Paulo conseguiu quebrar tabu de um ano sem fazer três gols em dois jogos consecutivos, sob o comando de André Jardine, a "culpa" pode ser atribuída a um time mais leve e veloz no ataque. Mas o estreante desta tarde, Diego Aguirre, resolveu apostar em uma equipe mais cadenciada, algo que já havia falhado no início do ano com Dorival Júnior. Com o gramado ruim e um forte calor, o Tricolor parecia travado. Sem aproximações, sem tabelas, sem ultrapassagens. Os únicos momentos de fuga da lentidão saíram dos pés de Valdivia no primeiro tempo. De resto, jogadores pregados em suas posições.

Do céu ao inferno

Jean, até os cinco minutos do segundo tempo, era o melhor jogador do São Paulo em São Caetano. Foram pelo menos três defesas difíceis e mais algumas saídas corajosas para cortar cruzamentos. Curiosamente, foi ao tentar afastar uma bola levantada na área que o goleiro colocou tudo a perder. O camisa 1 cortou mal o cruzamento que veio da direita e deixou a bola nos pés de Chiquinho e o gol vazio. Azulão na frente.

Só faz gol quem chuta!

Foram necessários 65 minutos para que o São Paulo conseguisse sua primeira finalização em direção ao gol de Paes. Até Diego Souza completar cruzamento com bela cabeçada no canto direito baixo do goleiro, o Tricolor só havia chegado ao ataque com chutes travados pela marcação ou sem nenhuma direção, como aconteceu minutos antes com Nenê e Marcos Guilherme, que substituiu Cueva na etapa final. O segundo chute em que Paes precisou trabalhar também foi de Diego, de fora da área, mas sem muito perigo.

Até logo

O jogo deste sábado pode ter sido o último de Rodrigo Caio e Cueva no Paulistão. A dupla passará os próximos nove dias servindo suas seleções - brasileira e peruana, respectivamente - e perderá o duelo de volta contra o São Caetano e, em caso de classificação tricolor, a partida de ida da semifinal. Há o risco ainda, principalmente no caso de Cueva, de ser desfalque também no confronto de volta, já que o meia costuma ser titular e o Peru joga um dia antes da data reservada pela Federação Paulista de Futebol (FPF). Rodrigo, que deve ser reserva com Tite, tem mais chances de retornar.

FICHA TÉCNICA:
SÃO CAETANO 1X0 SÃO PAULO

Local: Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul (SP)
Data/Hora: 17 de março de 2018, às 16h
Árbitro: Vinicius Furlan
Assistentes:  Herman Brumel Vani e Alberto Poletto
Público/Renda: 
Cartões amarelos: Vinicius Kiss (SCA); Rodrigo Caio (SAO)

Gol: Chiquinho, aos oito minutos do segundo tempo (SCA)

SÃO CAETANO: Paes, Alex Reinaldo, Sandoval, Max e Bruno Recife; Vinicius Kiss (Cristian), Nonato (Niltinho), Ferreira e Chiquinho; Ermínio (Stéfano Yuri) e Diego Rosa. Técnico: Pintado.

SÃO PAULO: Jean, Militão (Bruno), Arboleda, Rodrigo Caio e Júnior Tavares; Jucilei (Liziero), Petros e Cueva (Marcos Guilherme); Nenê, Valdivia e Diego Souza. Técnico: Diego Aguirre.