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Com moral com Raí e Lugano, Nenê cresce no São Paulo após papo com Aguirre

Nenê durante a comemoração do gol do São Paulo sobre o Corinthians - Daniel Vorley/AGIF
Nenê durante a comemoração do gol do São Paulo sobre o Corinthians Imagem: Daniel Vorley/AGIF

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

27/03/2018 04h00

Em menos de três meses, Nenê já viveu altos e baixos no São Paulo. O veterano, que chegou ao clube sob desconfiança pois havia sido contratado sem a indicação do então treinador Dorival Júnior, agora virou o centro das atenções após duas boas atuações e o gol marcado na vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians, no clássico de domingo (25). 

Ponto importante nesta evolução de Nenê foi o início do trabalho do técnico Diego Aguirre, há pouco mais de uma semana. O comandante quis conversar com o jogador para tentar entender de qual maneira ele poderia render mais. No jogo contra o Corinthians, por exemplo, Nenê teve mais espaço para jogar, pois o uruguaio montou o meio de campo com três volantes: Jucilei, Petros e Liziero. 

"Continuei tendo mais liberdade. Até mais do que como um meia, como um falso 9 e sem posição fixa, podendo trocar de posição eu, Tréllez e Marquinhos [Marcos Guilherme]. Essa liberdade foi legal, não fugiu muito da minha característica. Não sou aquele 9. É a função do Tréllez. Mais ou menos o que fazia, mas com mais liberdade", disse Nenê.

"Estou muito feliz de estar podendo crescer no momento importante para o clube e mostrar meu futebol. Não tive muito tempo de treino, joguei em posição diferente do que estava acostumado. Foram várias trocas, de treinador, do time, posições e tática. Estou tendo uma sequência boa. Agora estou ajudando o time na hora certa", completou o meia atacante.

Aguirre também contava com as melhores referências possíveis de Nenê. O jogador tem moral com a diretoria do clube, que fez o possível para trazê-lo do Vasco. Raí e Lugano mantêm boa relação com o meia atacante desde os tempos em que ele defendia o Paris Saint-Germain, na França, entre 2010 e 2012. Aliás, lá ele atuou ao lado do superintendente de relações institucionais do São Paulo, Lugano, e também conheceu o diretor executivo do Tricolor, Raí, mais de perto.

"Jogamos no mesmo clube em Paris, estivemos juntos algumas vezes. Dispensa qualquer comentários a qualidade técnica que ele agrega a qualquer elenco", afirmou Raí, quando contratou Nenê. 

Em seu período na Europa, Nenê fez fama como um jogador técnico e de personalidade forte. A boa passagem pelo time rende frutos até hoje. Sempre quando vai à França, ele é convidado para visitar o clube e para acompanhar aos jogos nas tribunas. O status de ídolo entre os torcedores ainda é forte e, por isso mesmo, ele é também participar dos programas esportivos na televisão do país.  

Neste fim de semana, o jogador ainda esteve em meio no centro da polêmica que agitou o clássico. O meia atacante havia discutido com o técnico do Corinthians, Fábio Carille, durante o jogo e parou para comemorar o gol na frente do banco de reservas adversário. A postura rendeu críticas dos rivais, enquanto a diretoria do Tricolor saiu em defesa do jogador. No Morumbi, o caso é visto apenas como um mal-entendido.