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Cássio para Diego Souza de novo e Corinthians supera SP nos pênaltis

Diego Salgado e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo (SP)

28/03/2018 23h57

Foi sofrido, com direito a um gol aos 47 minutos do segundo tempo e disputa de pênaltis em Itaquera. Em desvantagem no confronto, o Corinthians só conseguiu fazer 1 a 0 no São Paulo no apagar das luzes, com gol de Rodriguinho de cabeça. A Arena explodiu de olho no que estava por vir. Com direito a um erro de Diego Souza, que volta a falhar de forma marcante diante de Cássio, o time alvinegro fez 5 a 4 nas penalidades máximas e está na final contra o Palmeiras, reeditando uma final que não acontece desde 1999.

Além de Diego Souza, que perdeu a primeira cobrança do São Paulo, Liziero desperdiçou o chute decisiva, já nas alternadas, em nova defesa de Cássio. Rodriguinho havia falhado pelo time da casa na segunda série - o goleiro Sidão evitou o gol.

O desfecho, tenso, replicou o que foi todo o confronto, marcado pela troca de farpas entre Fabio Carille e Diego Aguirre na partida de ida. Diante de um estádio lotado em Itaquera, os dois times se estranharam desde os primeiro minutos, com muitas jogadas ríspidas e até um tumulto no começo do jogo. Com uma marcação forte, o São Paulo conseguiu neutralizar as principais jogadas do Corinthians. O gol alvinegro saiu na bola parada: Clayson bateu escanteio para Rodriguinho cabecear e marcar.

Com a definição da semifinal, o primeiro jogo da decisão contra o Palmeiras será na Arena Corinthians, no próximo sábado, às 16h30 (de Brasília). O jogo de volta ocorrerá no Allianz Parque, no fim de semana seguinte, mas sem data exata definida.

Os melhores

Se o Corinthians conseguiu pressionar o São Paulo, principalmente no segundo tempo, a habilidade de Pedrinho e a visão de jogo de Maycon contribuíram bastante. Rodriguinho, mesmo estando com limitações físicas pela contratura na coxa direita, também deu fluidez ao meio de campo e acabou sendo herói no tempo normal. Nos pênaltis, Cássio foi o herói. No São Paulo, o dono da noite foi Nenê, com belos dribles e ficando no quase em dois golaços. O garoto Liziero, cada vez mais adaptado ao time profissional, mais uma vez se destacou, embora tenha fechado a noite como vilão pelo pênalti perdido.

Os piores

Do lado são-paulino, quem esteve mais abaixo na partida foi Reinaldo. O lateral-esquerdo até mostrou firmeza, mas cometeu alguns erros causados por desatenção. Petros, embora tenha sido muito eficiente nos desarmes, teve pouca precisão nos passes e freou a transição ofensiva da equipe. Acionado no fim, Diego Souza só conseguiu criar uma boa jogada e ainda perdeu pênalti em novo embate com Cássio, seu algoz na Libertadores de 2012 pelo Vasco da Gana. Já entre os corintianos, Gabriel viveu a jornada mais infeliz. Mal apareceu no ataque e não conseguiu encontrar Nenê para marcar.

Operação de guerra

Os dois clubes montaram estratégias para tentar reforçar seus elencos para o jogo desta quarta. Fagner e Rodrigo Caio voltaram juntos da Alemanha, sendo que o corintiano foi incluído horas antes da partida na lista de relacionados - o são-paulino já estava convocado, mas ficou apenas no banco de reservas. O Corinthians ainda surpreendeu ao incluir Romero, que voltou também às pressas após defender o Paraguai em amistosos, e Rodriguinho, que tem contratura na coxa direita, não atuou no domingo e nem treinou com o grupo nesta semana.

Presentes da paz?

Fábio Carille cumpriu o que prometeu no domingo passado, no Morumbi. Irritado por não ter sido cumprimentado pelo técnico do São Paulo, Diego Aguirre, o comandante do Corinthians levou um presente para o rival em Itaquera: um kit do Alvinegro para o uruguaio, que retribuiu com um pacote são-paulino semelhante. Os kits possuíam camisas dos clubes e informações sobre a partida na Arena Corinthians. Carille tem entregado esse tipo de presente desde o clássico com o próprio São Paulo na primeira fase do Paulistão. O Tricolor fazia o mesmo enquanto Dorival Júnior dirigia a equipe.

Jogo começa pilhado

Após a derrota do Corinthians no Morumbi, o zagueiro Henrique disse que o segundo jogo seria uma guerra. Como já era esperado, os jogadores dos dois times entraram em campo pilhados. Aos oito minutos, após uma entrada de Gabriel em Tréllez com o jogo parado, um tumulto se formou perto da linha de fundo, com direito a muitos empurrões. Mais tarde, houve desentendimento entre Clayson e Militão, com três tapas do corintiano no rival que protegia a bola para ganhar tiro de meta.

Quase olímpico

O São Paulo não se intimidou na casa do adversário e conseguiu segurar a bola no campo de bola do adversário no início da partida. Como consequência, a primeira boa oportunidade no jogo foi dos visitantes e aconteceu de maneira surpreendente. Aos 6 minutos, Nenê cobrou escanteio fechado da direita e obrigou Cássio a fazer boa defesa.

Corinthians só chega aos 18

Sofrendo com a marcação adiantada do São Paulo, o Corinthians só conseguiu finalizar pela primeira vez aos 18 minutos de jogo. No lance que começou pelo lado esquerdo, Gabriel recebeu na entrada da área e bateu mal. A bola chegou a tocar em Sheik. Em seguida, o árbitro assinalou toque de mão do atacante.

Cássio salva duas vezes

Mesmo com a melhora do ritmo do Corinthians, o São Paulo ainda teve duas chances claras para abrir o placar no primeiro tempo. Primeiro, Tréllez partiu para o gol, mas Cássio, de carrinho, conseguiu impedir o avanço do adversário. Já no finalzinho, após cruzamento na área, Militão, livre, bateu forte e o goleiro alvinegro fez a defesa.

Sheik perde duas grandes chances

Aos 23, Sheik teve a primeira grande chance de abrir o placar em Itaquera. O jogador ficou com a bola depois de um escanteio cobrado e emendou para o gol. A bola passou rente à trave. Aos 40, Sheik, sozinho na marca do pênalti, desperdiçou uma oportunidade clara de fazer 1 a 0, mas o chute saiu por cima da meta.

Cartão de visitas

O Corinthians tentou se lançar ao ataque na volta do intervalo, mas foi o São Paulo quem ficou perto, mais uma vez, de marcar. Nenê cobrou falta curta com Petros, a marcação não percebeu e o camisa 7 tricolor recebeu de volta, com o campo aberto. A solução foi arriscar pancada de fora da área, que acertou a trave esquerda de Cássio antes de sair.

Ousadia de Carille

O treinador corintiano foi muito criticado na primeira partida, no Morumbi, por levar a campo uma formação conservadora demais, com três volantes. Nesta quarta, Ralf começou no banco e, logo aos 14 minutos do segundo tempo, Carille decidiu lançar o garoto Pedrinho na vaga de Gabriel, deixando apenas Maycon na contenção. O jovem entrou bem e criou perigo já em seu primeiro lance.

Maior público do Estadual

A Arena Corinthians foi mais uma vez tomada pelos torcedores alvinegro em uma decisão. Na noite desta quarta-feira, 43.367 pessoas assistiram ao clássico, no maior público da atual edição Campeonato Paulista. A marca superou o público do Morumbi no último domingo, quando 42.830 viram a vitória são-paulina.

Castigo no fim

O São Paulo foi impecável nas bolas aéreas, muitas vezes cruzadas sem muito capricho pelo Corinthians. Isso até aos 47 minutos do segundo tempo, quando Clayson cobrou escanteio com perfeição e Rodriguinho, que por pouco não foi desfalque na partida, subiu sozinho para marcar, no único vacilo tricolor no tempo normal.

FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS 1 x 0 SÃO PAULO

Data: 28 de março de 2018, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Competição: Campeonato Paulista (volta da semifinal)
Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP)
Público: 43.062 pagantes (total: 43.367)
Renda: R$ 2.603.440,11
Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araújo
Assistentes: Anderson José de Moraes Coelho e Daniel Paulo Ziolli
Cartões amarelos: Rodriguinho, Fagner, Henrique e Caíque França (Corinthians); Reinaldo, Militão e Sidão (São Paulo)

Gol: Rodriguinho, aos 47 minutos do segundo tempo

CORINTHIANS: Cássio, Fagner, Pedro Henrique, Henrique e Sidcley; Gabriel (Pedrinho) e Maycon; Mateus Vital, Rodriguinho, Emerson Sheik (Danilo) e Clayson. Técnico: Fábio Carille.

SÃO PAULO: Sidão, Militão, Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Jucilei, Petros e Liziero; Marcos Guilherme (Caique), Nenê (Lucas Fernandes) e Tréllez (Diego Souza). Técnico: Diego Aguirre.