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Ajustes de Roger fazem Palmeiras fugir de erros do 1º dérbi e quebrar tabu

Diego Salgado e Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

01/04/2018 12h00

Roger Machado falou mais de uma vez durante a semana que havia tirado lições importantes da derrota para o Corinthians na primeira fase, por 2 a 0, em 24 de fevereiro. E no último sábado (31), no jogo de ida da final do Campeonato Paulista contra o mesmo rival, o treinador mostrou na prática o que aprendeu, ajudando o Palmeiras a travar o jogo do adversário e voltar a vencer o arquirrival após quatro derrotas seguidas no dérbi.

A postura do Palmeiras foi completamente diferente do clássico do mês passado. Desde o início, o time alviverde adiantou a marcação na Arena Corinthians e emperrou a saída de bola do time da casa, com Lucas Lima e Borja bloqueando os passes dos zagueiros e o restante do time subindo para fechar os espaços. O Corinthians sofreu muito no primeiro tempo e por vezes não conseguiu sair do próprio campo.

Se a ênfase maior na marcação pressão é uma característica que o Palmeiras vem mostrando já há algumas semanas, uma novidade específica para a final foi a liberdade dada aos zagueiros para sair da linha defensiva e "caçar" os adversários pelo campo. No jogo da primeira fase, a ausência de centroavante do Corinthians foi um problema para o time alviverde, que teve dificuldades com o recuo de Jadson e Rodriguinho, os jogadores mais adiantados.

Desta vez, Thiago Martins e Antônio Carlos foram orientados a encurtar o espaço sempre que Emerson Sheik e Rodriguinho recuassem. Não foi raro ver os defensores palmeirenses dando botes perto do meio-campo. Na véspera da final, Roger já havia falado exatamente sobre essa situação.

"O Carille está jogando diferente do ano passado, porque está sem um centroavante na área. Isso faz com que tenha bastante jogadores pelo meio, e se a gente não ocupar bem o meio, a gente pode ter dificuldade de controlar esse setor, que é bastante importante", disse o treinador na sexta-feira.

A estratégia do Palmeiras foi tão eficiente que o fato de o Corinthians não ter um 9, que deu certo na primeira fase, desta vez virou problema. O presidente Andrés Sanchez teve que responder depois do jogo sobre a falta de opções de Carille nessa posição e mostrou irritação. "Todo mundo sabe que está precisando de centroavante. Vamos buscar, estamos buscando e não podemos errar. O mercado está escasso e temos de ter paciência", disse.

No segundo tempo, com um jogador expulso de cada lado, o Palmeiras recuou sua marcação e, mais cansado, tentou explorar contra-ataques. Empurrado pela torcida, o Corinthians ameaçou mais, mas não conseguiu balançar a rede. Para Roger, fica a imagem positiva da primeira etapa, quando o time provou que a derrota de fevereiro não deixou de ter um lado positivo.