Corinthians aposta em mística para conseguir virada inédita em sua história
O Corinthians se apega ao retrospecto nas últimas disputas por mata-mata para acreditar numa virada sobre o Palmeiras no jogo de volta da final do Campeonato Paulista. Após a derrota por 1 a 0 em Itaquera, o time alvinegro precisa vencer o rival por dois gols de diferença para ser campeão no Allianz Parque - a tarefa é complicada, já que o clube nunca conseguiu reverter um placar após sair atrás em finais do Estadual.
Para chegar à decisão do Estadual, o Corinthians do técnico Fábio Carille conseguiu duas viradas após derrotas pela contagem mínima no jogo de ida. Nas quartas, o time alvinegro eliminou o Bragantino. Na semifinal, o São Paulo. Nas duas ocasiões, porém, a decisão se deu em Itaquera, diante do torcedor corintiano.
Após o revés em casa para o Palmeiras, o discurso dos jogadores alvinegro lembrou justamente as viradas recentes sobre os adversários. Rodriguinho, por exemplo, ressaltou que o Corinthians é um time que "cresce bastante nas dificuldades" e por isso tem condições de vencer o Palmeiras no Allianz.
"Se fizermos um gol lá, a história muda e eles também vão ter de correr atrás. É um jogo normal para gente, pois uma vitória simples nos coloca vivo de novo", disse o meio-campista.
Virada corintiana em final do Paulista seria inédita
O Corinthians, entretanto, terá de alcançar um feito inédito para dar a volta olímpica no estádio palmeirense. Maior campeão paulista, com 28 conquistas, o time alvinegro nunca conseguiu virar um placar num mata-mata de decisão do Estadual.
Em 18 finais, o Corinthians conquistou 12 títulos, com dez vitórias e dois empates nos primeiros jogos. Um dos títulos mais sofridos foi conquistado em 1988. Naquele ano, a equipe alvinegra precisava vencer o Guarani em Campinas depois de um empate por 1 a 1 em São Paulo. Com Viola, na prorrogação, conseguiu o triunfo por 1 a 0 e levantou a taça. Se derrotar o Palmeiras na partida de volta pela contagem mínima, a decisão será nos pênaltis.
Nos seis vice-campeonatos, a equipe corintiana saiu atrás em duas oportunidades, sempre contra o São Paulo, em 1987 e 1991. No jogo de volta, o time tricolor confirmou os títulos com empates. Mais duas decisões em que os corintianos saíram derrotados começaram com empate. Nas outras duas, a equipe alvinegra viu o adversário se recuperar após um revés.
Viradas, inclusive, são bem raras em finais do Paulistão. Desde a década de 1970, quando os títulos passaram a ser decididos em jogos desse tipo, houve apenas quatro reversões de placar. Todos os maiores rivais corintianos - Palmeiras, Santos e São Paulo - alcançaram o feito.
O Corinthians levou a pior em duas delas: para o Palmeiras, em 1993, e o São Paulo, em 1998. As outras duas viradas são do Santos, em 2007, contra o São Caetano, e em 2015, diante do Palmeiras, com jogo derradeiro na Vila Belmiro.
Atrás da primeira virada, a equipe alvinegra pode usar a semifinal contra o São Paulo desde ano como exemplo, mais uma vez. Antes de reverter o placar na busca por uma vaga na decisão, o Corinthians nunca havia conseguido se recuperar em um duelo de mata-mata contra os são-paulinos, mesmo com 11 classificações diante deles.
Diante desse cenário, Balbuena frisou que as vitórias sobre Bragantino e São Paulo vão servir de exemplo. "Nas fases anteriores também foi assim e conseguimos dar a volta por cima. Já fizemos uma vez e vamos trabalhar para fazer de novo", afirmou o paraguaio.
Vale lembrar que o Corinthians conseguiu reverter um placar em 107 anos de história. Isso aconteceu na temporada 1999, quando o time conquistou o Campeonato Brasileiro. O Atlético-MG venceu o primeiro jogo no Mineirão por 3 a 2. No Morumbi, os corintianos fizeram 2 a 0. No terceiro jogo, um empate sem gols garantiu o tri brasileiro do time paulista.
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