Topo

Após receio de ser 'novo Cristian', Ralf vira aposta de Carille na final

De volta ao Corinthians, Ralf voltará a ser titular numa final de campeonato - Rodrigo Gazzanel/Ag.Corinthians
De volta ao Corinthians, Ralf voltará a ser titular numa final de campeonato Imagem: Rodrigo Gazzanel/Ag.Corinthians

Dassler Marques e Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

07/04/2018 04h00

Um retorno inesperado vai culminar em uma titularidade numa final mais improvável ainda. Menos de dois meses de voltar ao Corinthians como opção no banco de reservas, o volante Ralf virou uma das apostas do técnico Fábio Carille para a decisão contra o Palmeiras neste domingo, no Allianz Parque.

O jogador de 33 anos desbanca, assim, Gabriel, titular da posição durante toda a temporada 2017 e também no início deste ano. Para chegar a tal condição, entretanto, Ralf precisou lidar com a desconfiança após duas temporadas no futebol da China.

De acordo com apuração do UOL Esporte, o experiente volante tinha muita preocupação em se tornar mais um caso de jogador que retorna ao clube em que se consagrou para, na sequência, arranhar a imagem. O roteiro foi colocado em prática por Cristian, que voltou ao Corinthians em 2015, pouco jogou e acabou cobrado pelos torcedores por causa dos altos salários e o baixo desempenho.

Para evitar isso, Ralf teve precaução em adotar um discurso humilde, além de se preparar para a hipótese do banco de reservas. O volante também acertou um contrato sem que os valores destoassem dos demais - em torno de R$ 300 mil.

Em campo, Ralf impressionou o técnico Fábio Carille pelo avanço técnico. Após o jogo contra o Bragantino, na partida de volta das quartas de final, o comandante alvinegro brincou ao dizer que o volante havia "trocado os joelhos" na China.

Uma das explicações para a melhora na troca de passes, um dos pontos fracos de Gabriel, está ligada à necessidade que Ralf encontrou na China. Por ser um dos poucos estrangeiros do Beijing Guoan e jogar ao lado do Renato Augusto no meio-campo, ele tinha de passar a bola.

No Corinthians, com Tite, Ralf ficou conhecido pela característica de destruição, pois o treinador raramente deixava os dois volantes avançar. No futebol chinês, obrigatoriamente, ele tinha de construir mais, avançando até na bola longa. Vale lembrar que Ralf chegou a ser camisa 10 em clubes menores no começo da carreira. Na base do São Paulo, o volante era número 8.

Outro ponto favorável a Ralf é a questão do peso. Na primeira passagem no Corinthians, o volante enfrentou problemas para se manter na melhor forma física, especialmente na temporada 2014.

Dessa vez, diferentemente de outros jogadores que voltam da China e demoram a engrenar, Ralf já parece estar muito bem. Na Ásia, ele realizava treinamentos específicos por fora. Além disso, o fato de ter entrado aos poucos no Corinthians também pode ter ajudado e recuperar o ritmo - antes de reestrear pelo clube, o jogador tinha disputado a última partida em novembro.