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Oscar Roberto Godói

Arbitragem não sabe mais apitar sem VAR nem aprendeu a usar a tecnologia

Goleiro do Flamengo contra o Athletico, Diego Alves poderia ter sido expulso por pegar a bola fora da área - Gabriel Machado/AGIF
Goleiro do Flamengo contra o Athletico, Diego Alves poderia ter sido expulso por pegar a bola fora da área Imagem: Gabriel Machado/AGIF

12/07/2019 11h59

Depois do que vimos das arbitragens nos jogos envolvendo a seleção contra argentinos e peruanos, era de se esperar que nossos árbitros, que participaram da Copa América, apresentassem uma qualidade melhor de trabalho no reinício das competições nacionais. Ledo engano.

Os jogos da Copa do Brasil mostraram que Anderson Daronco e Wilton Pereira Sampaio pioraram e, felizmente, Raphael Claus continua sendo o nosso melhor apitador. Interessante observar que alguns esqueceram como apitar sem o VAR e não aprenderam como utilizar a tecnologia para acertar as interpretações.

No jogo Athletico Paranaense 1 x Flamengo 1, Anderson Daronco poderia ter expulsado o goleiro flamenguista Diego Alves logo aos 10 minutos do primeiro tempo. Ao disputar a bola com o adversário Marcelo Cirino, o goleiro pega a bola com as mãos fora da área, impedindo uma situação que poderia resultar em gol para os paranaenses.

O assistente, que poderia ajudar, estava atrasado no alinhamento da jogada, Daronco estava longe. Os árbitros encarregados do VAR viram tudo e se calaram? Ou Daronco preferiu ignorar as informações para não ter que expulsar?

O mesmo Marcelo Cirino foi atingido dentro da área pelo flamenguista Rene. Pênalti que Daronco não marcou. Ao conferir as imagens no monitor, o árbitro decidiu pela marcação de uma falta de Marco Ruben no flamenguista Rodrigo Caio, quando os dois subiram para a disputa da bola no lance anterior e trombaram no alto. Falta do que? Como? Uma vergonha.

Para não dizer que sepultaram o VAR, o equipamento foi utilizado com acerto para anular os três gols que os paranaenses marcaram com alguém impedido finalizando ou fazendo o passe.

O árbitro Wilton Sampaio apitou Palmeiras 1 x Internacional 0 e continuou sendo muito criticado pelos perdedores, principalmente pelo atacante Guerrero. Embora o apitador (mesmo sendo da Fifa) tenha mostrado mais uma vez que é fraco disciplinarmente e incompetente para se impor e ser respeitado pelos jogadores, não tivemos nenhum lance grotesco para justificar tanta raiva e suspeitas de armação a favor do Palmeiras.

Aliás, todos que perdem culpam os mesmos: juiz ou CBF. Só que, quando tem eleição, votam na continuidade da "safadeza" que eles tanto afirmam existir quando estão com raiva por causa da derrota ou eliminação.

O único árbitro Fifa que continua se salvando é Raphael Claus. Apitou o clássico mineiro Cruzeiro 3 x Atlético 0 com autoridade, comando e segurança. Soube se impor e ser obedecido. Os adversários se respeitaram e o placar também ajudou. Tomara que não seja contaminado pelos incompetentes que integram a Fifa.

O clássico paulista entre São Paulo e Palmeiras será apitado pelo árbitro Bruno Arleu de Araújo, do Rio de Janeiro. Ainda não tem tanta qualidade, mas vem evoluindo bem na carreira. Peca quando tem que recorrer ao VAR e se deixa influenciar pela interpretação dos outros. Já apitou clássicos cariocas, onde se saiu bem e também se complicou. Na condição de neutro, emocionalmente será mais fácil apitar o CHOQUE REI e, consequentemente, se sair bem. É preciso ter competência. Vamos ver se ele terá.

Oscar Roberto Godói