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Mauricio Stycer

Grupo Globo "fecha" com Tite e defende o técnico em toda a programação

Renata Vasconcellos e Galvão Bueno defenderam a permanência de Tite no comando da seleção - Reprodução/TV Globo
Renata Vasconcellos e Galvão Bueno defenderam a permanência de Tite no comando da seleção Imagem: Reprodução/TV Globo

Colunista do UOL

07/07/2018 12h11Atualizada em 07/07/2018 14h14

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Logo nas primeiras avaliações sobre a eliminação do Brasil da Copa, minutos após o fim da partida contra a Bélgica, na sexta-feira (06), Galvão Bueno saiu em defesa do técnico Tite. “Que não exista nenhuma espécie de precipitação”, pediu. “Que se tenha calma. Talvez seja o momento de o Tite continuar.”

O principal narrador da Globo deu a senha para a linha de pensamento que viria a seguir, nos vários debates esportivos do SporTV e, até, no “Jornal Nacional”, com Renata Vasconcellos. E prosseguiu neste sábado (07), com Luís Roberto e Roger Flores, na transmissão de Inglaterra e Suécia, e com Eric Faria, no "Jornal Hoje": "Se Tite ficar, o trabalho não vai começar do zero, o que é uma vantagem para tentar voltar ao topo".

Em linhas gerais, há consenso na Globo de que o trabalho do técnico foi bom, merece continuidade e que não há nenhum nome no mercado mais qualificado. Como disse Andre Rizek, apresentador do “Seleção SporTV Copa”: “Não é santo. Pode errar, como qualquer treinador. Mas simplesmente... não vejo opção melhor”. No "É de Casa", na manhã deste sábado, Fernanda Gentil se derreteu: "Adoro o Tite".

É curioso observar que esta manifestação pública de profissionais da Globo em defesa de Tite ocorre dias depois de o grupo divulgar diretrizes rígidas em relação a opiniões, comentários e até "curtidas" de jornalistas nas redes sociais.

Essa quase unanimidade dentro da Globo em defesa de um técnico é novidade. A relação da emissora com Dunga, em 2010, foi péssima e, claro, ninguém cogitou a permanência do técnico após a eliminação do Brasil na África do Sul. Com Luiz Felipe Scolari não houve maiores problemas de relacionamento, mas ninguém teria coragem de pedir a permanência do técnico depois do 7 a 1.

Em momento algum de seus dois anos à frente da seleção, Tite teve problemas com a Globo. Não privilegiou a emissora, mas cumpriu com todos os compromissos acordados, incluindo uma participação na bancada do “JN” após a convocação dos jogadores para a Copa.

Durante o Mundial, a emissora festejou índices de audiência excelentes, além dos ótimos resultados comerciais alcançados. Mudar por quê?

Mauricio Stycer