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Renato Mauricio Prado

VAR falha, Brasil decepciona

Suíço faz falta em Miranda antes do gol - Reprodução/SporTV
Suíço faz falta em Miranda antes do gol Imagem: Reprodução/SporTV

17/06/2018 17h57

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O VAR poderia ter garantido a vitória do Brasil, ajudando o árbitro a anular o gol suíço e a marcar o pênalti em Gabriel Jesus. Fato. Mas isso não pode esconder outra verdade da estreia da seleção de Tite. Em sua estreia na Copa, o badalado time de Tite jogou bem menos do que se esperava. Foi uma atuação decepcionante. Com o futebol mostrado em Rostov será difícil chegar ao hexa.

É claro que o nervosismo do primeiro jogo atrapalhou; que Neymar ainda não está cem por cento (durante a partida, inclusive, andou sentindo dores na panturrilha e no pé direito) e que a Suíça evoluiu muito. É justificável também esperar uma melhora considerável a partir da segunda rodada, contra a Costa Rica. Nada está perdido. Mas Tite precisa, rapidamente, fazer seus jogadores voltarem a jogar aquele futebol envolvente e eficiente das eliminatórias e dos amistosos pré-Mundial.

No jogo de estreia, além das dificuldades coletivas para superar a marcação da Suíça, alguns brasileiros foram mal individualmente. Alisson falhou feio no gol. Independentemente do empurrão em Miranda, aquela bola era dele, que não saiu de baixo das traves e permitiu a cabeçada. Danilo também teve atuação apagada, fazendo a torcida sentir muitas saudades de Daniel Alves. No meio-campo, Paulinho começou com a corda toda, mas foi sumindo aos poucos. No segundo tempo, mal era visto em campo, até ser substituído por Fernandinho.

No ataque, William e Gabriel Jesus foram outras grandes decepções. Erraram praticamente tudo o que tentaram. No primeiro tempo, salvou-se Phillippe Coutinho, autor do golaço brasileiro e de algumas outras boas jogadas individuais. Mas depois do gol suíço, sumiu também.

A reação brasileira ao sofrer o gol foi preocupante. O time pareceu grogue durante um bom tempo e se a Suíça tivesse um pouco mais de qualidade, poderia ter virado o placar. Somente no terço final do segundo tempo, o Brasil voltou a ter o domínio do campo e a pressionar, em busca do gol da vitória, que não veio.

Neymar merece uma análise à parte. Apanhou como de hábito, mas não se escondeu. Tímido no início da partida, depois do empate, passou a tentar alguns lances individuais, mas não teve sucesso. Driblava um e levava uma bordoada. E parecia evidente que sua condição física, ainda limitada, não lhe permitia os arranques típicos de seu jogo. Teve até uma boa chance para marcar, numa cabeçada, mas o goleiro suíço fez boa defesa. E ficou nisso. Pouco para quem sonha em ser eleito o melhor jogador da Copa e do planeta. A conferir, nos próximos jogos.

Neymar e o Brasil ficaram devendo.

Renato Mauricio Prado