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Copa 2018

Colômbia e Argentina disputam goleiro do River Plate para a Copa do Mundo

Franco Armani tem se destacado pelo River Plate e é constantemente pedido pela opinião pública - Buda Mendes/Getty Images
Franco Armani tem se destacado pelo River Plate e é constantemente pedido pela opinião pública
Imagem: Buda Mendes/Getty Images

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

16/04/2018 04h00

Franco Armani possui carreira consolidada no cenário sul-americano. Campeão da Copa Libertadores de 2016 pelo Atlético Nacional, o goleiro agora se destaca com a camisa do River Plate, no seu país natal. Argentino da província de Santa Fé, o jogador de 31 anos vê quase que diariamente cobranças a Jorge Sampaoli por uma chance na seleção. O que mais preocupa os bicampeões mundiais, contudo, é a chance de o atleta optar pela nação na qual chegou ao topo no continente.

Armani defendeu o Atlético Nacional por sete anos. O período entre 2010 e 2017 no país e o casamento com a modelo Daniela Rendón permitiram ao goleiro reivindicar o passaporte colombiano. Fora os méritos legais, superados com o processo burocrático que deve tornar o jogador um cidadão da Colômbia nas próximas semanas, o sucesso em Medellín encanta José Pekerman, treinador da seleção local.

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Franco Armani virou ídolo no Atlético Nacional; Colômbia cogita a convocação do argentino
Imagem: Raul Arboleda/AFP

De acordo com informações da imprensa colombiana, o técnico já se comunicou com Armani para falar sobre Copa do Mundo. A comissão técnica da equipe, eliminada nas quartas de final do Mundial de 2014 pelo Brasil, observa semanalmente o desempenho do jogador com a camisa do River Plate.

Pablo Garabello, auxiliar de Pekerman, esteve presente no jogo do último dia 5 contra os colombianos do Independiente Santa Fé, pela Libertadores. Além da fase elogiada com a camisa do River Plate, que gerou a observação mais próxima, o histórico do goleiro com a camisa do Atlético Nacional conta a favor por uma convocação: são 13 títulos no clube em que se tornou um dos grandes ídolos das últimas décadas.

Esta movimentação da Colômbia, tanto da seleção quanto da burocracia com a retirada do passaporte, gerou uma reação do lado argentino. Nestor Lorenzo, assistente técnico de Jorge Sampaoli, assistiu Armani no jogo do dia 8 de abril contra o Racing, em Avellaneda – o River Plate venceu por 2 a 0, com mais uma atuação elogiada do goleiro.

A operação Armani deve ser acelerada pelo lado argentino, ainda mais com o assédio colombiano. O próprio Jorge Sampaoli se reuniu com o goleiro na sede da AFA (Associação do Futebol Argentino) e, segundo o Clarín, prometeu convocar o atleta de 31 anos na pré-lista de 35 nomes para a Copa do Mundo. Apenas 23 jogadores vão viajar para a Rússia.

Para defender o país natal, Armani aparentemente disputa a vaga de terceiro goleiro do grupo. Sampaoli confia na experiência internacional de Sergio Romero, titular da Argentina nas duas últimas Copas, porém, reserva no United, e em Nahuel Guzmán, do Tigres.

A disputa direta de Armani é com o veterano Willy Caballero, suplente no Chelsea, mas que agradou no duelo contra a Itália, ocorrido na última janela Fifa. O goleiro do River Plate tem como defesa o fato de atuar constantemente em um dos maiores clubes argentinos e o apoio popular gerado pelo desempenho neste início de trajetória com a camisa dos Millonarios. Tanto que Sampaoli dedica-se a observar o desempenho do jogador no dia a dia do River Plate.

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Armani recebeu uma coroa ao ser eleito o melhor jogador da Supercopa da Argentina

Caso entre na terceira vaga, Armani tem condições de brigar inclusive pela titularidade no Mundial da Rússia, especialmente pela falta de ritmo do experiente titular Romero no Manchester United e a crise vivida pela seleção. Desde o 6 a 1 sofrido para a Espanha, a discussão pela convocação do goleiro do River ocupa espaço de destaque, até como forma de amenizar as críticas pelo desempenho da equipe bicampeã mundial diante dos espanhóis.

Os números também potencializam o nome de Armani na briga pelo Mundial. Em 12 partidas desde a chegada no River Plate, ocorrida em janeiro, o goleiro sofreu apenas nove gols e já conquistou um título, no qual se mostrou fundamental. A nova “unanimidade” argentina recebeu o prêmio de melhor em campo na vitória por 2 a 0 sobre o arquirrival Boca Juniors, em duelo pela Supercopa. Foi o suficiente para nascer a pressão popular, que cresceu após a movimentação colombiana.

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