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Copa 2018

Por que lateral da Alemanha recusou gigantes europeus para jogar 2ª divisão

Stuart Franklin - FIFA/FIFA
Imagem: Stuart Franklin - FIFA/FIFA

Vanderson Pimentel

Do UOL, em São Paulo

05/05/2018 04h00

Atual vencedora da Copa do Mundo, a Alemanha chega como um dos times mais temidos para o Mundial de 2018. No entanto, ter a oportunidade de disputar os principais torneios do mundo não é a prioridade de todos os jogadores da seleção, como Toni Kroos, Mats Hummels e Julian Draxler.

Alvo de Liverpool e Chelsea desde a Eurocopa de 2016, Jonas Hector optou por renovar com o Colônia até 2021 na ocasião. Nesta temporada, o titular da equipe de Joachim Löw deu uma demonstração ainda maior de lealdade ao ampliar seu contrato até 2023, apesar do iminente rebaixamento do time no Campeonato Alemão, confirmado no último sábado.

Seu contrato antigo com o Colônia previa que o jogador poderia ser vendido por até 8 milhões de euros caso o time fosse rebaixado. No entanto, nem mesmo os interesses recentes de Bayern de Munique e Borussia Dortmund fizeram o lateral esquerdo abandonar o clube em que atua desde 2010.

"O Colônia fez com que eu saísse da quarta divisão e fosse para a seleção alemã. Sou muito ligado e grato a esse clube e me sinto muito confortável vivendo na cidade. Não teria sido um problema para mim mudar para outro clube depois desta temporada, mas não teria sido certo", afirmou o jogador após renovar com o time.

Nascido em maio de 1990, Hector começou sua carreira nas categorias de base do Auersmacher, aos 8 anos de idade. No time de seu Estado natal, o jogador estreou profissional em 2009 pela equipe, que disputava a quarta divisão local. No Colônia, o jogador passou dois anos na equipe B antes de estrear e não sair mais do time profissional.

Discreto, o jogador foi a grande novidade de Joachim Löw em novembro de 2014, quando o técnico ainda procurava um lateral esquerdo para a seleção alemã. Em três anos, o atleta, que também joga como segundo volante, virou um dos homens de confiança do treinador.

E nem mesmo a possibilidade de perder espaço na Nationalelf por atuar na segunda divisão fez com que o jogador de 27 anos mudasse de ideia. "Tivemos muitas conversas nas últimas semanas e eu tive tempo suficiente para pensar sobre isso. A decisão para mim é clara: eu pertenço ao time e jogar aqui na próxima temporada e com esses torcedores."

A lealdade de Hector chamou tanta atenção que até mesmo torcedores de clubes em que o jogador era especulado o aplaudiram. "Eu acho que foi uma decisão que muitos não teriam tomado em meu lugar e surpreendeu muitas pessoas. Eu não teria pensado que ela tivesse um papel tão grande em público. As reações foram muito positivas, gostei de levar isso comigo".

Horn e Hector - Kai Pfaffenbach/Reuters - Kai Pfaffenbach/Reuters
Imagem: Kai Pfaffenbach/Reuters

Revelação também renova

A identificação entre torcida e atletas fez com que outro destaque da equipe optasse por ajudar o Colônia mesmo no momento ruim. Timo Horn, que foi medalha de prata na Rio-2016, também renovou com o clube alemão nesta semana até 2023.

No clube desde os 9 anos, o goleiro de 24 anos tem noção da realidade que o espera, mas nem isso fez com que seu amor pelo Colônia o deixasse longe no momento crítico.

"Estou em casa aqui e me sinto muito bem. Conheço o clube há muitos anos e posso assumir um papel de liderança na equipe. Não será fácil jogar na segunda divisão e, ao mesmo tempo, ver outros caras que você conhece das seleções de base jogar na Liga dos Campeões. Mas tenho a sensação de que o meu caminho no Colônia está longe de terminar".

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