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Copa 2018

Guerrero pega 14 meses de gancho por doping e está fora da Copa do Mundo

Mariana Bazo/Reuters
Imagem: Mariana Bazo/Reuters

Leo Burlá e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/05/2018 12h53

A Corte Arbitral do Esporte (CAS) aplicou 14 meses de suspensão ao atacante Paolo Guerrero por uso de substância dopante. Desta forma, o peruano está fora da disputa da Copa do Mundo. A decisão do CAS é a última instância jurídica desportiva. Mas a defesa do atleta deve recorrer à Corte Suíça.

O jogador do Flamengo já cumpriu seis meses de suspensão, restando mais oito meses de gancho.

O julgamento na CAS aconteceu no dia 3 de maio em Lausanne, na Suíça, e teve a presença de Guerrero. Mas o veredicto foi tomado pela CAS somente agora. A nova pena imposta frustra o sonho de Guerrero disputar seu primeiro Mundial.

Com a suspensão, Guerrero também não defenderá mais o Flamengo, pois seu contrato vence em agosto. O jogador atuou no domingo na partida do time rubro negro contra a Chapecoense, em Chapecó. O Fla perdeu por 3 a 2, e Guerrero anotou um gol. Em entrevista à "RNP Notícias", Petronila Gonzáles, mãe do jogador, falou que o camisa 9 está destroçado com a notícia.

Em comunicado oficial, a CAS explicou a pena imposta ao rubro-negro e afirmou que o jogador não procurou ganho esportivo ao ingerir a substância proibida. O órgão, no entanto, acrescentou que Guerrero assumiu um risco. De acordo com as normas da Fifa, o gancho poderia ser de até dois anos, mas o órgão considerou 14 meses um período apropriado.

A Federação Peruana de Futebol (FPF) lamentou a sanção imposta ao seu principal astro, ressaltou a falta que o atacante fará ao grupo comandado por Ricardo Gareca, e garantiu que "nenhuma adversidade, por mais dura que seja, vai parar a seleção".

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Flamengo informou que "é obrigado a acatar a decisão da CAS e que não fará nenhum outro comentário a respeito neste momento".

Agência Antidoping pedia 2 anos de suspensão

No julgamento na Suíça, a CAS analisou recurso da Agência Mundial Antidoping (Wada), que pedia o aumento da pena de Guerrero para mais dois anos.

Guerrero testou positivo no último dia 5 de outubro para benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína e da folha de coca, após o empate sem gols entre Peru e Argentina, em Buenos Aires, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. O metabólito está na lista de substâncias proibidas.

Por isso, a Comissão Disciplinar da Fifa puniu o jogador com um ano de suspensão no dia 3 de novembro. A defesa do jogador havia entrado com recurso à Comissão de Apelações da Fifa, reduzindo a pena para seis meses, que terminou em 3 de maio.

A defesa de Guerrero alegou que o atleta bebeu um chá de coca dentro do hotel. Os advogados Bichara Neto e Pedro Fida fazem a defesa jurídica de Guerrero.

Contratado pelo atacante peruano, o bioquímico Luiz Carlos Cameron argumentou que a quantidade da substância dopante encontrada na urina do jogador não era suficiente para responsabilizá-lo por uso de droga.

O bioquímico salientou que não havia traços de coca no cabelo do jogador, o que seria mais uma evidência de que Guerrero não havia consumido cocaína. Uma funcionária do hotel de Buenos Aires prestou depoimento à CAS, via Skype, onde teria admitido a entrega de um chá com coca para Guerrero. Mas a defesa do atacante não convenceu a CAS, que aplicou suspensão por 14 meses.

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