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Copa 2018

Filipe Luís vence traumas e chega à Copa 9 anos após recusar Espanha campeã

Filipe Luis deve realizar primeiro treino em campo com o Brasil - AFP PHOTO / AFP PHOTO/FELIPE OLIVEIRA
Filipe Luis deve realizar primeiro treino em campo com o Brasil
Imagem: AFP PHOTO / AFP PHOTO/FELIPE OLIVEIRA

Danilo Lavieri, Dassler Marques e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Teresópolis

23/05/2018 04h00

Com 32 anos e uma carreira marcada pela disputa no nível mais alto do futebol europeu, Filipe Luís vai viver uma situação nova nesta quarta-feira (23). Mais especificamente, pisar no gramado da Granja Comary para um treino de Copa do Mundo. Uma sensação que, sem dúvida, esperava viver há muito tempo.

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A perspectiva de jogar um Mundial, poucos se lembram, foi aberta para Filipe Luís em 2009, mas não exatamente por Dunga. Foi Vicente del Bosque que cogitou a seleção espanhola para o então destaque do La Coruña. Na mesma época, o treinador brasileiro fez a primeira convocação, Filipe disse ‘sim’ e a chance de jogar pelo país que seria campeão na África se fechou.

A Espanha venceu o Mundial com Capdevilla titular e Arbeloa como reserva, mas Dunga não levou aquele que era o melhor lateral do futebol espanhol naquele momento. A temporada 2009/10 começou com oferta do Barcelona de Guardiola, mas acabou com uma lesão grave e a decepção por ter sido preterido da lista final com Michel Bastos e Gilberto. “Tenho um pouco de pena, já que poderia ser jogador da Espanha”, disse Del Bosque na época.

De maneira bem similar ao que ocorreu em 2018, Filipe Luís teve uma fratura na fíbula em janeiro de 2010. Se a lesão recente, que ameaçou sua ida à Rússia, ocorreu na perna esquerda, o trauma anterior foi do lado direito, somado a um problema no tornozelo. Escolha regular de Dunga desde 2009, ele voltou a jogar em maio, pouco antes da lista, mas não recebeu a notícia que esperava. 

Excluído por Felipão na hora H, Filipe acusou falta de critério

Filipe Luís pela seleção em 2014: a chance, finalmente, chegou para ele - HEULER ANDREY/Mowa Press - HEULER ANDREY/Mowa Press
Filipe Luís pela seleção em 2014: a chance, finalmente, chegou para ele
Imagem: HEULER ANDREY/Mowa Press

Finalista da Liga dos Campeões 2013/14, Filipe Luís de novo chegou próximo da Copa do Mundo em momento especial, agora no Atlético de Madrid. Havia sido campeão da Copa das Confederações de 2013 como o reserva de Marcelo, mas foi um dos quatro nomes que Felipão trocou do grupo para o Mundial. Maxwell, do PSG, era a maior surpresa entre os 23 chamados em 2014.

Antes de se transferir para o Chelsea e dar um salto na carreira, Filipe Luís chegou a criticar Felipão por negar o sonho de jogar uma Copa. "A seleção nesse momento não tem um critério, e não falo por mim, falo por outros jogadores. O Miranda realmente foi o melhor zagueiro da Europa neste ano. É claro que eu fiquei muito triste por não estar. Então talvez não vão os que merecem, simplesmente vão os que o treinador quer convocar. Por isso não depende muito do que você está fazendo no campo, depende de um cara que está mandando e que está tentando levar o que ele quer, o melhor pra ele."

Com Tite, a sorte enfim sorriu para ele

Filipe Luís e Marcelo conversam com Tite - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Com 31 jogos, 53 convocações e 2571 minutos em campo pela seleção brasileira, Filipe Luís virou certeza para Tite na reta final. Não pela posição de imediato de Marcelo, que já pertencia a ele desde o começo do trabalho do técnico, mas porque a fíbula esquerda se rompeu em março. A recuperação para voltar a jogar foi acima da expectativa e permitiu que vencesse o duelo com Alex Sandro. 

No ano passado, depois de receber a braçadeira de Tite, Filipe deu declaração que resume os motivos para ter feito diferente do amigo Diego Costa ou de outros como Thiago Alcântara, Rodrigo Moreno...

“Por mais que esteja 12 anos na Europa, nunca deixei de me sentir brasileiro, de me sentir identificado com o país, de me manter informado sobre as notícias que acontecem no Brasil. É o país que amo, que escolhi jogar. Pude escolher em 2009 e escolhi o país que amo. Usar a faixa de capitão é uma responsabilidade”, disse.

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