Costa Rica encara seleção com brasileiro "vira-casaca" pela 3ª vez em Copas
O personagem mudou, mas a família é a mesma. Pela terceira vez em Copas do Mundo, a Costa Rica deverá enfrentar o Brasil contando com um cidadão brasileiro em sua delegação.
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Em 1990, o meia alagoano Alexandre Guimarães defendeu o país centro-americano contra a seleção comandada por Sebastião Lazaroni, que venceu o duelo por 1 a 0. Na campanha do penta em 2002, Guimarães era o técnico dos costarriquenhos que perderam para o Brasil por 5 a 2 ainda na primeira fase. E agora, na Copa da Rússia, seu filho, o meia Celso Borges, é um dos titulares dos Ticos, como é conhecida a seleção do país.
Diferentemente do pai, que migrou para a Costa Rica ainda na década de 80, Celso nasceu no país, há 30 anos. Sua cidade natal é a capital San José. Mas tem também nacionalidade brasileira. Na época, Alexandre jogava no Saprissa, onde atuou por dez temporadas. O clube é o mais importante e vencedor da América Central, além de ser o único da região a ter quebrado a hegemonia dos mexicanos na Liga dos Campeões da Concacaf.
Foi na base do Saprissa que o meia Celso Borges surgiu. Passou por seleções de base do país e, a exemplo do pai, decidiu rodar o mundo. Como técnico, Alexandre dirigiu clubes locais, de Honduras, México, Emirados Árabes, China e Índia, além das seleções da Costa Rica em duas Copas do Mundo e do Panamá.
Já o filho fez carreira na Europa. Primeiro, trocou o Saprissa pelo norueguês Fredrikstad. Depois, passou pelo sueco AIK antes de se transferir em 2014 para o Deportivo La Coruña, clube que defende até hoje.
Como jogador da seleção, Alexandre avançou até as oitavas de final da Copa de 1990. O filho foi mais longe. Em 2014, os “ticos” surpreenderam e foram até as quartas de final, quando perderam nos pênaltis para a Holanda. Celso Borges foi titular. Era um dos jogadores de marcação no meio, mas com frequência aparecia perto da área.
Na atual seleção costarriquenha, Borges é novamente titular, fazendo companhia a Bryan Ruiz no meio-campo. No setor, o time pode ter o desfalque de Christian Bolaños, outro remanescente de 2014. Recentemente, o meia fraturou o tornozelo direito e passou a ser dúvida para a Rússia.
Mesmo com o possível desfalque, os “ticos” esperam repetir a boa campanha alcançada há quatro anos. Contribuem para o otimismo os resultados alcançados nas eliminatórias da Concacaf, quando a Costa Rica ficou atrás apenas do México e conseguiu a classificação de forma antecipada, façanha inédita para o país que disputará o mundial pela quinta vez.
Para a família, enfrentar o Brasil é sempre um grande desafio. Celso afirmou que espera um bom jogo e acredita que, mesmo em caso de derrota, a Costa Rica tenha condições de avançar nos confrontos contra Suíça e Sérvia. O pai também se mostra otimista. E para ele, a atual seleção brasileira é forte, mas não tanto quanto a que enfrentou como técnico em 2002: “Aquele time tinha Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, atacantes melhores que os atuais”.
Jogador de chute forte, Celso Borges espera poder dificultar a vida dos goleiros da Copa com a bola oficial do Mundial, a Telstar 18. “É uma bola mais leve. Exige mais técnica para trabalhar. E vai ser mais difícil para os goleiros”, disse o costarriquenho.
Fora de campo, Celso Borges é um roqueiro que se arrisca como baterista cover da banda System of a Down. Mas é provável que esse não seja seu maior talento.
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