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Copa 2018

Suíço quase trocou de seleção e citou R. Gaúcho para criticar companheiros

O meia Xherdan Shaqiri durante jogo da seleção da Suíça - Alex Livesey/Getty Images
O meia Xherdan Shaqiri durante jogo da seleção da Suíça Imagem: Alex Livesey/Getty Images

Vanderson Pimentel

Do UOL, em São Paulo

04/06/2018 04h00

Principal arma da Suíça contra Brasil, Costa Rica e Sérvia e autor de 3 gols na última Copa do Mundo, Xherdan Shaqiri vive um momento bastante diferente desde o Mundial disputado no Brasil. O meia, que defendia o Bayern de Munique há quatro anos, não conseguiu deslanchar ao sair da Alemanha e chamou mais atenção por falar mal dos companheiros e por quase ter cogitado trocar de seleção durante a Eurocopa.

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Reserva imediato de Robben no Bayern de Munique, Shaqiri atuou na Copa de 2014 dentro de suas expectativas ao fazer 3 tentos na vitória de 3 a 0 da Suíça contra Honduras. Em busca de maiores voos individuais, o jogador acertou sua ida à Inter de Milão em janeiro de 2015 por 15 milhões de euros.

Pouco depois, o meia, conhecido também pelas declarações polêmicas, criticou a forma como Pep Guardiola lidava com os atletas no time alemão. "É muito bom treinador no que se refere ao que ocorre em campo, mas a comunicação dele comigo não foi boa", disse o atleta ao "Daily Mail. "Guardiola não fala muito sobre botar um jogador no banco. Ele não diz aos jogadores o motivo. Claro que às vezes é difícil para o jogador, especialmente quando trabalha e treina bem. Ele diz para a imprensa que o jogador ‘é bom’, ... - mas depois, por trás, decide que não vai jogar. É difícil.”

Atuando mais centralizado na Itália, o suíço não conseguiu ter um rendimento chamativo e teve a oportunidade de voltar a sua posição de origem ao ser contratado pelo Stoke City, por 17 milhões de euros, seis meses depois.

Pouco depois de deixar a Inter de Milão, o suíço disse que foi para o Stoke City porque queria voltar a jogar a Liga dos Campeões, chamou o futebol italiano de lento e não controlou a língua ao falar do seu ex-clube.

"A infraestrutura da Inter é vergonhosa para ser honesto. Um clube tão prestigiado que não pode encontrar uma maneira de investir na infraestrutura já é decepcionante. Na Inglaterra tem dieta, recuperação, análise de desempenho e exercícios variados", disparou em entrevista ao site Spox.

Naquele ano, Shaqiri deu outra declaração polêmica ainda durante a disputa da Eurocopa, em que a Suíça foi eliminada nas oitavas de final para a Polônia. Chateado pelo técnico Vladimir Petkotic ter eleito Stephan Lichtsteiner como capitão da equipe, o meia cogitou atuar pela seleção de Kosovo, que disputaria as Eliminatórias da Copa pela primeira vez.

"Se o treinador do Kosovo me quiser como capitão? Claro, estou pensando nisso”, disse em entrevista ao jornal inglês The Guardian. Nascido no Kosovo em 1991, Shaqiri desistiu da ideia de deixar a seleção suíça dias antes do início das Eliminatórias.

Ronaldinho faria pouco

Apesar de uma primeira temporada acima da média, o meia não conseguiu ajudar o Stoke City a escapar do rebaixamento no Campeonato Inglês, em que a equipe terminou na 19ª posição. A campanha fez com que mais uma vez o suíço usasse sua língua afiada para citar a "falta de qualidade" de seus companheiros.

Shaqiri - Reuters/Carl Recine - Reuters/Carl Recine
Imagem: Reuters/Carl Recine

"O sentimento é de que mesmo um Ronaldinho Gaúcho conseguiria fazer pouco neste time", afirmou. "Aqui no Stoke eu não consigo exercer muita influência simplesmente porque falta qualidade ao meu redor."

Apesar do mau momento e dos constantes entreveiros com próprios companheiros, Shaqiri chega como o protagonista da seleção suíça ao lado do volante Granit Xhaka, do Arsenal. Atuando pelo lado direito, o meia canhoto é a grande esperança de sua seleção na criação de jogadas individuais para uma ida ao mata-mata da Copa do Mundo.

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