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Copa 2018

Pelé aponta Brasil como favorito a Copa do Mundo e vê problema para Tite

"O Brasil sempre é um dos favoritos, mas acho que a Argentina também irá bem", afirmou ex-camisa 10 - Robert Cianflone/Getty Images
'O Brasil sempre é um dos favoritos, mas acho que a Argentina também irá bem', afirmou ex-camisa 10 Imagem: Robert Cianflone/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

04/06/2018 16h29

A seleção brasileira tem uma dura missão na Copa do Mundo de 2018: corresponder às expectativas de Pelé e voltar da Rússia com o título. Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo site britânico da revista GQ, o Rei do Futebol colocou o time comandado por Tite como "um dos favoritos".

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Os palpites de Pelé às vésperas de Copas do Mundo, no entanto, costumam dividir o mundo do futebol. O ex-camisa 10 da seleção brasileira afirmou, por exemplo, que a Colômbia tinha grandes chances de conquistar a Copa de 1994 e que uma seleção africana poderia faturar o Mundial de 1998. Como as expectativas passaram longe da realidade, deram a ele fama de “pé-frio”.

“O Brasil sempre é um dos favoritos, mas acho que a Argentina também irá bem. A Copa do Mundo sempre é uma caixinha de surpresas. E as pessoas se esquecem que o Brasil venceu cinco Copas do Mundo e que todas foram fora do Brasil. Nas duas Copas do Mundo que aconteceram no Brasil, nós perdemos”, analisou Pelé na entrevista.

Para o ex-jogador, o Brasil é uma seleção cheia de craques para a Copa do Mundo de 2018. No entanto, ele apontou uma dificuldade para o técnico Tite: conseguir escalar os melhores de uma vez e fazê-los funcionar como um time.

“Como sempre, temos bons jogadores, mas não temos um bom time. O que você vê é que os melhores clubes do mundo têm um brasileiro no time: Neymar no PSG, Marcelo no Real Madrid, Coutinho no Barcelona, Firmino no Liverpool... Mas para o técnico do Brasil, Tite, colocá-los para jogar juntos como um time forte seria muito difícil”, disse também.

Pelé ainda foi questionado pela revista a respeito de uma possível perda de importância da Copa do Mundo para o público nos últimos tempos. Para ele, o torneio ainda tem peso, mas enfrenta a concorrência maior de outros esportes nos meios de comunicação.

“Acho que mudou um pouco do tempo em que eu jogava, mas a grande mudança foi nas comunicações. Quando eu jogava a Copa do Mundo, o único jeito de acompanhar futebol era pelo rádio ou pela TV, e nem todo mundo tinha TV. Agora, as pessoas podem assistir qualquer esporte a qualquer momento: críquete, boxe, MMA, tudo”, disse, indo além.

“O futebol ainda é o maior esporte, mas você pode assistir qualquer jogo, em qualquer lugar do mundo, a qualquer momento. A Copa do Mundo não é mais um evento tão especial como era antes, o que é triste. Nos meus tempos, a Copa do Mundo unia as pessoas”, acrescentou.

Trocar o Santos pela Europa? Não, obrigado

Pelé jogou toda sua carreira no Santos, entre 1956 e 1974, antes de se aventurar no New York Cosmos entre 1975 e 1977. O Rei teve a chance de jogar em grandes clubes da Europa, afirma, mas preferiu continuar no Santos.

“Fui procurado e pensei sobre isso, mas minha vida era tão legal no Santos que eu não queria me mudar. Muitos jogadores da época foram para a Europa, para o México... Tive a chance de jogar no Milan, no Real Madrid e no Manchester United, acho. Mas o Santos era o melhor time do mundo na época”, explicou, justificando a posterior ida para os EUA.

“A única razão para eu ter ido para o New York Cosmo foi a chance de promover o futebol nos Estados Unidos, e eu fui convencido por Henry Kissinger (então secretário de Estado dos EUA). Ele foi ao Brasil e falou com o presidente do Santos, porque eu estava aposentado. Mas eles conversaram comigo e me convenceram a ir”, disse.

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