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Copa 2018

Willian usa discurso humilde sobre o time, mas diz: "Não me sinto reserva"

Danilo Lavieri, Dassler Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Londres

05/06/2018 14h54

A definição de um time titular para o começo da Copa do Mundo, aparentemente, não sairá por enquanto da boca de Tite. Willian, com bons jogos, persegue a retomada dessa condição há algum tempo. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (5), o meia do Chelsea adotou um discurso humilde ao ser perguntado como se comportaria caso volte ao banco. Mas também falou sobre sua importância. 

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"Sempre digo que nunca me senti titular absoluto, e também não me sinto reserva. Me sinto importante em ajudar a seleção brasileira. Estou preparado para jogar, iniciar, e isso vai depender também do Tite. Sempre digo a mesma coisa. Posso ajudar a seleção de alguma forma", disse Willian. 

"O meu estilo de jogo, todos conhecem. Sou um jogador que gosta de driblar, de arrancar, atacar os espaços e finalizar. São as qualidades que procuro trazer para dentro do jogo, da seleção. Fiquei feliz com o jogo contra a Croácia e espero continuar evoluindo. Agora é continuar trabalhando forte para seguir com o rendimento alto", acrescentou. 

"Independentemente da formação, dos jogadores, estou preparado para ajudar a seleção. Me sinto bem, com confiança, ele [Tite] que vai decidir a formação da seleção. Estou tranquilo e preparado. (...) É um momento especial, o melhor da minha carreira. Fiz uma boa temporada com o Chelsea, ganhando pelos meus companheiros o troféu de melhor jogador da temporada. O importante é dar sequência, é o que estou fazendo. É continuar melhorando para ficar cada vez melhor", repetiu. 

Confira as declarações de Willian:

Fred no Manchester
Feliz por ele. Sem dúvida, era um sonho dele jogar a Premier League por um grande clube. Tem tudo para crescer ainda mais, aprender. Tenho certeza que jogando aqui vai aprender muito. Tem muita qualidade para jogar. Sabemos do potencial, da qualidade. Espero que ele possa ser feliz no Manchester.

Sem receio de se lesionar
A gente sabe o quão difíceis são esses momentos, mas temos que continuar nos preparando bem, sendo fortes, com lealdade, fazendo nosso melhor. Quando tem esse receio, se lesionar é mais perigoso. Temos que disputar a bola de forma leal, sem querer machucar o companheiro. É o que a gente vem fazendo até nos treinamentos.

Seleção madura
Realmente, depois da Copa 2014 tivemos muitos altos e baixos. Hoje, a seleção está bem madura, sabendo o que tem que fazer dentro de campo. O Tite trouxe várias ideias com sua comissão, implantou e a gente conseguiu imprimir isso nos jogos. A seleção vem em momento muito bom, amadureceu bastante e está realmente pronta para disputar a Copa do Mundo.

Respeito atual pelos brasileiros
Sem dúvida, todos começam a ver o Brasil com outros olhos. Os torcedores começam a falar que o Brasil é o grande favorito. Sabemos que não é dessa maneira. O favoritismo é sempre complicado. Sabemos da nossa qualidade, dos nossos jogadores, um grupo muito forte. Com essa força, reunindo esses jogadores, esperamos alcançar nosso objetivo.

Dificuldades contra a Croácia
Realmente, o primeiro tempo foi bem difícil. Esperávamos um adversário difícil, com qualidade também. Somos acostumados a campo molhado na Europa, e não estava molhado igual no segundo tempo. Tocamos bem a bola rapidamente. No segundo tempo, facilitou. Conseguimos criar mais, chegar ao gol adversário. A semana anterior foi boa, essa vamos continuar melhorando os trabalhos para enfrentar a Áustria e depois tem a semana antes da estreia. Sabemos que não será fácil, teremos outro jogo difícil no domingo e o importante é ir passo a passo.

“Tite é um pai”
O Tite, para mim, não é só um treinador. É muito mais que um treinador, é como um pai. Um cara muito inteligente, que sabe controlar muito bem o grupo, passa a mensagem correta para nós, jogadores. Passa aquilo que temos que fazer dentro de campo, sempre o plano A e o B. Às vezes, o plano A não dá certo e temos um B. É um treinador diferenciado, entre os melhores do mundo.

Religioso
Sou um cara tranquilo. Quando se trata de Copa, tem pressão muito grande. O mundo todo para pra ver. O povo brasileiro espera algo da gente. Tenho minha crença, faço minhas orações, creio em Jesus e é minha força. É ter tranquilidade, ficar com a cabeça focada e continuar trabalhando forte.

Vídeos para evolução individual
Tenho também essa característica no meu futebol, de flutuar nas costas dos volantes, de jogar entrelinhas, diversas vezes joguei assim no Chelsea. É bom quando tem jogadores que podem fazer várias funções, como Coutinho, Neymar, Douglas, Taison. É bom para a seleção ter jogadores assim, quem ganha somos nós. É importante saber quando flutuar, ficar aberto e isso o Tite tem passado para nós, principalmente quem joga do lado do campo.

Pressão na seleção
Sempre vai existir pressão na Copa. Sempre vai existir. Precisamos de tranquilidade para trabalhar e isso temos aqui também. No momento de um treino fechado temos algumas jogadas diferentes para fazer. É importante ter momento tranquilo para trabalhar. Temos que saber desse balanço sobre a pressão e a tranquilidade. Faltam duas semanas para a Copa e temos que ficar com a cabeça tranquila para fazer o melhor e conseguir as vitórias.  

Agradecimentos para a vó
Sem dúvida, meu pai e minha mãe foram pessoas importantes, mas uma muito importante foi minha avó. Ela me ajudou, tirava dela para dar para nós, no caso dos meus pais, para eles me levarem ao treino. Sem dúvida, foi a pessoa que mais me ajudou para que pudesse estar aqui hoje.

Bolas paradas
Sempre o Neymar bate na seleção. No jogo, se estiver confiante e se sentir bem para bater, não tem por que não bater. Não vejo problemas aqui, o Coutinho bate bem, o Marcelo. São vários que podem bater a falta. Antes do treinamento, os jogadores batem algumas faltas e o Tite fala quem pode bater o pênalti no jogo.

Brasil e a saída de bola
Tite trouxe várias ideias. Temos padrão de jogo, uma maneira. Gostamos de sair de trás, não queremos dar chutão para a frente. Temos respaldo e confiança do Tite para sair jogando. O risco, claro, sempre existe de errar um passe, mas se errar temos a consistência dos companheiros para ajudar. Coisas como essa que nos deram ainda mais confiança para a bola chegar com qualidade nos jogadores de frente para uma jogada pessoal, uma tabela, para finalizar a gol. 

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