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Copa 2018

Coutinho assume vaga de Fernandinho para deixar seleção menos 'burocrática'

Coutinho jogará pelo meio para aumentar qualidade de passe do Brasil - Lucas Figueiredo/CBF
Coutinho jogará pelo meio para aumentar qualidade de passe do Brasil
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Danilo Lavieri, Dassler Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Sochi (Rússia) e Viena (Áustria)

09/06/2018 22h00

Resolver a dificuldade de criação que o Brasil viveu contra a Croácia, nos primeiros 45 minutos, é um dos principais desafios de Tite e da seleção brasileira no próximo domingo (10), diante da Áustria. Em busca não apenas disso, mas de maior equilíbrio entre defesa, meio-campo e ataque, o treinador recorre novamente à formação com Philippe Coutinho como armador. Sobrou, então, para Fernandinho.

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Com o auxílio da plataforma Wyscout para analisar os três últimos jogos do Brasil, é possível identificar que a objetividade dos passes brasileiros cresce com essa formação. O duelo contra a Áustria poderá confirmar essa tendência, baseada no desempenho de Coutinho diante da Rússia, em março, e de Fernandinho em dois jogos: contra a Alemanha, no mesmo mês, e no encontro recente com os croatas.

Escalado ao lado de Casemiro para liberar Paulinho como um meia-atacante, Fernandinho ofereceu bastante estabilidade à defesa, mas a presença de três volantes de origem, sendo dois posicionados como tal, limitou a criatividade. Em 45 minutos em campo, o jogador responsável por iniciar a armação do Manchester City foi pouco participativo com a bola. Foram apenas 21 passes certos, sendo somente cinco deles no setor ofensivo – ou ‘terço final’, como costuma dizer Tite.

Embora elogiada coletivamente, a atuação contra a Alemanha também não mostrou padrões diferentes de Fernandinho com relação ao passe. Na verdade, ele foi até menos participativo no fundamento: com o dobro de tempo, portanto 90 minutos, acertou 33 passes contra 21 que viria a executar diante da Croácia. Chegar à frente foi coisa rara no jogo de Berlim: só cinco passes, sendo quatro certos. Tudo para manter a linha de defesa protegida.

A coisa mudou de figura quando Philippe Coutinho ocupou seu lugar no meio-campo, especificamente diante da Rússia. A seleção, claro, obrigou Paulinho a realizar mais funções defensivas. Mas também ganhou um passador mais participativo e com liberdade para tal: em 78 minutos em campo, Coutinho acertou 61 passes, o que é mais que Fernandinho alcançou em 135 minutos (54 passes certos).

Os gráficos abaixo, chamados de ‘mapas de passe’ pela comissão técnica, mostram como Fernandinho e Coutinho trabalham na equipe. Cada flecha representa o ponto de origem e onde cada passe chegou, o que também permite concluir qual foi para o lado, qual foi para trás e qual foi ‘vertical’, ou seja, em direção ao gol adversário.

O que disse Fernandinho sobre seu papel no time

“Nós temos características diferentes, maneiras diferentes de jogar. Ele [Coutinho] é mais ofensivo. E a minha função é para dar o equilíbrio necessário em contra-ataques, para defendermos com solidez. Mas a decisão final é sempre do treinador”, disse Fernandinho.

“É um pouco diferente do que eu jogo no clube, mas eu vejo que não muda muita coisa principalmente pelos jogadores que nós temos. A gente tem um equilíbrio maior, principalmente para sofrer contra-ataques. (...) E quando tiver a posse de bola, tentar distribuir a bola de maneira dinâmica”, acrescentou o volante.

Fred é o terceiro plano e ganhou a vaga por ser grande passador

Tite exibe gráficos com passes de Fred em convocação em 2017 - Reprodução - Reprodução
Tite exibe gráficos com passes de Fred em convocação em 2017
Imagem: Reprodução

Se há um reserva que tem aproveitado os treinamentos para ganhar espaço, sem dúvidas que é Fred. E uma de suas maiores virtudes para se credenciar a participações mais importantes nos jogos da seleção é a capacidade como passador. Foi com exatamente esse atributo que ele cativou Tite inicialmente. 

Presente pela primeira vez com o treinador nos jogos de novembro, Fred motivou um expediente curioso. Tite levou os tais 'mapas de passe' dele pelo Shakhtar e, acompanhado do analista Fernando Lázaro, justificou a convocação também com essa estatística. A prática pela seleção tem mostrado ser fiel àquele estudo, mas as chances dele atuar contra a Áustria foram excluídas pela entrada que deu Casemiro. 

Enquanto isso, Renato Augusto trabalha para poder voltar a ser, de fato, uma opção. O meia sofre com inflamação no joelho esquerdo e perdeu uma semana de treinamentos com bola. Nos últimos três dias, de maneira gradual, Renato voltou ao grupo e estará no banco de reservas em Viena. 

FICHA TÉCNICA

ÁUSTRIA X BRASIL

Local:
 Ernst Happel-Stadion, em Viena
Data: 10 de junho de 2018, domingo
Horário: 11h (de Brasília)
Árbitro: Viktor Kassai (Hungria)

ÁUSTRIA: Siebenhand, Dragovic, Prödl e Hinteregger; Lainer, Grillitsch, Baumgartlinger e Alaba; Schöpf, Zulj e Arnautovic.
Treinador: Franco Foda

BRASIL: Alisson, Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro; Willian, Paulinho, Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus.
Treinador: Tite

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