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Copa 2018

4 anos depois de fracasso, Diego Costa prova que agora Espanha é a sua cara

Dassler Marques, João Henrique Marques e Ricardo Perrone

Do UOL, em Sochi (Rússia)

15/06/2018 16h52

Um chutão tratado como lançamento, uma trombada com Pepe – lance com pedido de falta por parte dos portugueses – e um domínio na entrada da área em meio aos marcadores antes do chute de perna direita. O primeiro gol de Diego Costa contra Portugal define bem o que é o centroavante. E o novo perfil da seleção espanhola. Na estreia da Copa do Mundo, nesta sexta-feira (15), em Sochi, na Rússia, a Espanha empatou com Portugal por 3 a 3.

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“Fiquei feliz por ter marcado, mas ainda temos jogos pela frente. Uma pena aquele gol inicial [que sofremos], mas fizemos uma partida muito bonita. Depois que viramos, o jogo continuou difícil porque temos do outro lado um gênio”, afirmou o atacante ao deixar o gramado do Estádio Olímpico de Sochi. “Foi um jogo grande. Merecíamos ter vencido pela partida que fizemos: jogamos muito mais, tivemos mais posse de bola, mas o resultado escapou no final. São coisas que acontecem no futebol”, avalia.

Na Espanha, Diego Costa simbolizou o fracasso na Copa do Mundo do Brasil em 2014, quando o time teve duas derrotas, e uma vitória, caindo na fase de grupos. O argumento utilizado por grande parte dos torcedores era de que o perfil brigador pouco se encaixava com um time que gostava de jogar com a bola no pé.

No Brasil, Diego Costa ainda conviveu com vaias a todo momento da torcida brasileira. Claramente uma bronca para quem decidiu jogar pela Espanha. Na época, o perfil do centroavante era visto como fundamental para a seleção de Felipão.

Com tantas análises negativas na Espanha foi curioso ver Diego Costa ser novamente utilizado pela seleção. E, justamente, com o perfil brigador e de homem de área sendo o diferencial.

Criar oportunidades parece impossível. Diego Costa passou grande parte do jogo atuando como o único atacante acompanhando por uma linha de três defensores de Portugal. Quando saia da grande área, o passe quase sempre foi em forma de recuo.

Embora tivesse a bola na maior parte do jogo, a seleção da Espanha mostrou grande dificuldades de criação. Ainda enfrentando um time bem postado e de bons contra-ataques, pareceu perto da derrota a todo momento do primeiro tempo. E realmente, o jogo virou 2 a 1 para Portugal.

Com um segundo tempo pacato, sem quase nenhum toque na bola, Diego Costa foi se irritando. No entanto, o gol marcado dentro da pequena área em cobrança de falta ensaiada o acalmou.

Com o 3 a 2 de vantagem, coube a Diego Costa fazer uma de suas especialidades: segurar a bola no ataque. Mas diante de três zagueiros, o cansaço logo foi notado.  Aos 31 minutos, o prêmio veio ao ser substituído por Iago Aspas: "Diego, Diego, Diego", cantou a torcida espanhola presente no estádio.

Quando Portugal empatou, o novo herói espanhol já não estava mais em campo. Foram 4 anos de espera para ouvir aplausos na Copa do Mundo. Sim, a Espanha agora, com maiores dificuldades de criação, precisa de um jogador de seu perfil.

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