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Chutaram o Suárez do futebol como um cachorro, diz capitão do Uruguai

Diego Godin concede entrevista na véspera de Egito x Uruguai - Andrew Couldridge/Reuters
Diego Godin concede entrevista na véspera de Egito x Uruguai Imagem: Andrew Couldridge/Reuters

Do UOL, em São Paulo

15/06/2018 06h44

Na última partida do Uruguai pelo grupo D, na Copa-2014, no Brasil, após disputa contra o zagueiro Giorgio Chiellini, da Itália, Luis Suárez avançou e mordeu o adversário. O lance escapou dos olhos da arbitragem da partida, mas foi flagrado pelas câmeras na Arena das Dunas, em Natal, e rendeu punição posterior ao atacante. No duelo seguinte, a seleção celeste, desfalcada de seu principal jogador, foi eliminada nas oitavas de final pela Colômbia.

Arrependido, Suárez admitiu que errou no lance, comprometendo a equipe, mas recebeu um dos maiores ganchos suspensivos da história do futebol, afastado por nove jogos oficiais. E entre os uruguaios o caso e as consequências ainda incomodam.

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Para o capitão da seleção do país, o zagueiro Diego Godín a pena foi excessiva. Ele reconhece o erro do companheiro, mas diz em tom de indignação: “Eles o expulsaram da Copa do Mundo, chutaram-no como um cachorro”, afirmou, em entrevista ao jornal britânico 'The Guardian', antes da estreia do Uruguai no Mundial da Rússia-2018.

O país enfrenta o Egito nesta sexta (15), pelo grupo A, às 9h (horário de Brasília), na Arena Ekaterinburg.

Godín disse que a campanha neste ano, com Suárez garantido, será diferente do torneio anterior. “Eu tenho certeza que, se o que ocorreu contra a Itália não houvesse acontecido, a história teria sido outra”, declarou. “Primeiro, perdemos nosso melhor jogador. Segundo, tudo que aconteceu nos atrapalhou. Foi difícil de atravessar a situação, de vê-lo morto, chorando, caído, expulso da Copa do Mundo. Todo o país afundou, indignado — e só falamos sobre isso até o jogo contra a Colômbia”.

Segundo o uruguaio, o caso da suspensão do companheiro mostra a interferência dos cartolas sobre o esporte. “Muito se passa no futebol, as pessoas não podem imaginar o que você vive. Os assuntos políticos são poderosos, e eu posso garantir que algumas coisas que os torcedores não entendem são disputadas em outros ‘campos’, que não são o campo de jogo. São nos escritórios. E foi assim que aconteceu com o Luis [Suárez], estou certo disso”, afirmou.

“Não estou falando sobre o jogo propriamente, mas coisas como suspensões, decisões. Em campo, é a bola, os jogadores. Há um juiz que pode cometer erros, mas isso é conosco.”

No gramado ao lado de jogadores dos melhores clubes da Europa, Godín disse que o Uruguai chega à Rússia sonhando alto. “É minha terceira Copa do Mundo e eu estou motivado, minhas expectativas são mais altas do que antes. Eu acho que nós temos atletas em um bom momento, com os quais podemos competir. Temos que vencer o primeiro jogo: começar com força sempre é fundamental.”

A última vez que a seleção celeste venceu o Mundial foi em 1950, no Brasil, quando derrotou os anfitriões por 2 a 1 no episódio que ficou conhecido como 'Maracanazo'. “Podemos vencer outra Copa do Mundo, por que não?”, questionou Godín.

“Eu estou convencido que para [o goleiro] Fernando Muslera, [o lateral] Martín Cáceres, [o meia] Cristian Rodríguez, Suárez, [o atacante] Edinson Cavani e eu, este é o momento. Temos experiência, maturidade, nós estamos todos em boa forma, jogando em times que competem por títulos, e temos um elenco temperado com jogadores mais jovens vindo aí”, concluiu o capitão.

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