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Copa 2018

Com "mistério" sobre Guerrero, Peru retorna à Copa diante da Dinamarca

Paolo Guerrero durante treino da seleção peruana - RICARDO MORAES/REUTERS
Paolo Guerrero durante treino da seleção peruana Imagem: RICARDO MORAES/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

15/06/2018 21h00

A seleção peruana vive um sonho que há muito tempo esperava: voltar a disputar um jogo de Copa do Mundo após 36 anos de ausência. Com mistério sobre a escalação do atacante Paolo Guerrero, o Peru estreia no Grupo C do Mundial neste sábado (16), diante da Dinamarca, às 13h (horário de Brasília), na Arena Mordovia. A equipe sul-americana chega à disputa motivada por uma torcida em êxtase e apostando em uma geração que conta com jogadores talentosos.

A empolgação não é para menos: são 15 jogos de invencibilidade até aqui (10 vitórias e cinco empates) - a última derrota foi em novembro de 2016, quando sofreu revés de 2 a 0 para o Brasil pelas Eliminatórias. Desde então, a equipe comandada pelo técnico Ricardo Gareca ascendeu como grande surpresa para confirmar a classificação para o seu quinto Mundial na história - antes disso, o Peru havia disputado as edições de 1930, 1970, 1978 e 1982.

Apesar da estreia neste sábado, a primeira vitória peruana na Copa aconteceu antes mesmo da chegada à Rússia, com a liberação de Paolo Guerrero para disputar o torneio. O atacante foi flagrado em exame antidoping em 2016 e, inicialmente, havia sido suspenso pela Fifa por seis meses. Posteriormente, a punição foi aumentada para 14 meses pelo TAS (Tribunal Arbitral do Esporte). No entanto, um efeito suspensivo concedido pela justiça suíça garantiu a participação do jogador na Copa.

A decisão representa um grande alívio para Gareca. O maior artilheiro da história da seleção é uma das principais esperanças da torcida ao longo da disputa e já provou isso ao marcar duas vezes na vitória por 3 a 0 sobre a Arábia Saudita, em amistoso preparatório para o Mundial. Apesar disso, a presença do jogador entre os titulares ainda é incerta.

"Ele está muito bem e preparado para jogar. Apesar disso, vou esperar até o último momento para definir [se Guerrero estará entre os titulares]. Todo mundo está bem, as decisões são difíceis de fazer quando você vê todo mundo bem", disse o técnico Ricardo Gareca.

Mas o Peru não é só Paolo Guerrero. O meia Christian Cueva, do São Paulo, e o atacante Jefferson Farfán também aparecem como nomes para dividir a responsabilidade na tentativa de fazer a seleção se classificar da fase de grupos, à exemplo do que alcançou pela última vez no Mundial de 1978. Farfán, inclusive, foi o autor do primeiro gol da vitória sobre a Nova Zelândia, que garantiu a ida dos peruanos à Rússia.

Além disso, o grupo selecionado por Gareca tem em sua maioria jogadores acostumados com o futebol jogado em centros mais tradicionais. Dos 23 convocados, 18 atuam fora do Peru - cinco deles na Europa. 

O bom momento dentro de campo é refletido na animação da arquibancada. Na última segunda-feira (11), a seleção realizou treino aberto na cidade de Khimki e contou com a presença de torcedores entusiasmados em verem o Peru novamente disputando uma Copa do Mundo.

Treino da seleção da Dinamarca - Filippo Monteforte/AFP Photo - Filippo Monteforte/AFP Photo
Imagem: Filippo Monteforte/AFP Photo

No entanto, para manter vivo o "conto de fadas", o Peru terá pela frente um adversário acostumado às participações em Copas nos últimos anos. Apesar da ausência em 2014, a Dinamarca chega à Rússia sem sofrer gol há quatro jogos e tentando recuperar o status de "Dinamáquina" das décadas de 1980 e 1990. A grande aposta da equipe comandada pelo técnico norueguês Age Hareide é o meia Christian Eriksen, do Tottenham.

Hareide ressaltou a importância de uma vitória na partida de estreia. Para ele, o triunfo será fundamental para disputa dentro da chave, que ainda conta com França - uma das favoritas ao título - e Austrália. 

"É verdade que este jogo é importantíssimo e que a França é a favorita do grupo. Queremos lutar pela segunda colocação, pelo menos. Neste sentido, os pontos contra o Peru são muito importantes", disse o treinador.

"Este é um jogo tão importante para o Peru, como para a Dinamarca. É preciso saber trabalhar a pressão, porque o futebol é assim. Em qualquer caso, faremos o que estiver ao nosso alcance", completou.

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