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Islândia esbanja bom humor: "Todos gostam de nós. Temos gente muito bonita"

Aron Gunnarsson, jogador da Islândia, um dia antes de estrear na Copa - Hector Vivas/Getty Images
Aron Gunnarsson, jogador da Islândia, um dia antes de estrear na Copa Imagem: Hector Vivas/Getty Images

Marcel Rizzo

Do UOL, em Moscou (Rússia)

15/06/2018 11h00

A Islândia pode não vencer a Copa do Mundo em sua estreia, mas um título ela levará para casa: a de seleção mais feliz por estar na Rússia. Os islandeses esbanjam bom humor, se divertem com a piada de serem quase "amadores" e têm uma particularidade: nenhum outro país pode dizer que conhece tão de perto os torcedores que foram ao país do Mundial torcer por eles.

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"Nós conhecemos nossos torcedores, somos um país pequeno. Muitos que virão são nossos amigos. Para outras nações, isso não seria possível, mas essa é uma das particularidades que temos", disse o técnico Heimir Hallgrímsson, se referindo ao fato de terem apenas 370 mil habitantes. O número de moradores de Rio Branco, capital do Acre, por exemplo, é maior do que isso.

Aron Gunnarson, 29, que joga no Cardiff, clube galês que disputa o Campeonato Inglês, e é um dos principais jogadores do time, diz que conhece várias pessoas que estarão na Rússia torcendo por eles. Um colega de classe de colégio que não via há tempos até o procurou no hotel em que o time está hospedado em Moscou para encarar a Argentina, neste sábado (10h de Brasília) - a base de treinamento da Islândia na primeira fase é em Krasnodar, cidade 1600 km ao sul de Moscou.

A Fifa prevê entre 15 mil e 20 mil islandeses na Rússia para ver o Mundial. Mais de 70 mil chegaram a solicitar ingressos nas etapas em que eram sorteados, algo em torno de 20% da população total do país.

A Islândia é uma das duas equipes estreantes em Copas que estará na Rússia (a outra é o Panamá). Em 2016, na França, surpreendeu ao chegar nas quartas de final da Eurocopa. Nos dois anos seguintes, se manteve estável a ponto de garantir vaga no Mundial vencendo seu grupo com Croácia e Ucrânia.

Heimir Hallgrimsson, técnico da Islândia - Hector Vivas/Getty Images - Hector Vivas/Getty Images
Heimir Hallgrimsson, técnico da Islândia
Imagem: Hector Vivas/Getty Images

Apesar de estar a pouco mais de 24 horas do dia mais importante de sua carreira (e por que não de sua vida?), Hallgrímsson esbanja bom humor. Avisado nesta sexta por um jornalista colombiano que em seu país haveria muita torcida pelos islandeses, e não apenas pelo rival de estreia ser a Argentina, neste sábado (10h de Brasília), mas sim pela estreia em Mundiais, o treinador se saiu com essa:

Você tem de gostar da Islândia, não tem como evitar. Nunca fizemos guerra com ninguém. Além disso, temos gente muito bonita no nosso país. Vocês têm de gostar de nós".

Uma de suas manias é ir a um pub tomar cerveja sempre que acaba uma partida importante, independentemente de onde esteja. Dessa vez, porém, vai quebrar a escrita. Não pela ausência de bares assim na Rússia, já que há vários disponíveis. Mas o jogo será cedo (16h de Moscou). "Poderia ser mais tarde", brincou.

Apesar de terem a fama de serem jogadores amadores, com outra profissão além a de jogar bola, e se divertirem com isso, somente um dos 23 convocados por Hallgrímsson para a Copa joga na Islândia. O zagueiro Birkir  Saevarsson atua no Valur - e nem mesmo ele é amador. Os demais atuam por 12 países diferentes, entre Dinamarca, Inglaterra, Itália e Rússia. Todos ganhando razoavelmente bem pelo futebol. Inclusive o técnico Hallgrímsson, que também é dentista.

"Mas fiquem tranquilos que continuarei sendo dentista após a Copa", brincou.

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