Fã de Vieira, volante suíço fala em "raiva" e "orgulho" para pegar o Brasil
Gelson Fernandes é um fenômeno. Não necessariamente no campo, onde surgiu como uma promessa, mas foi passando por times médios da Europa e nunca explodiu como se esperava. Hoje, é reserva da seleção da Suíça, que enfrenta o Brasil no domingo (17), às 15h (horário de Brasília) na estreia de ambas as equipes na Copa do Mundo.
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É um fenômeno porque fala seis idiomas com uma fluência e uma desenvoltura inacreditáveis, o que chama a atenção até dos suíços, poliglotas por natureza. E é um fenômeno porque tem dessas histórias de vida incríveis. Sua mãe deixou Cabo Verde, uma pequena ilha do continente africano, quando ele tinha cinco anos de idade. Foram tentar a sorte na Suíça. E venceram.
“Nós somos muito gratos à Suíça. Essa é a história de muitos do nosso time, e por isso somos muito gratos”, diz Fernandes. Em português. Ele também falou alemão, francês, italiano e inglês na coletiva da Suíça. “Ele é de uma parte do país em que se aprende francês. Esse alemão dele, ele aprendeu porque joga na Alemanha. É incrível, fala sem sotaque algum”, destacou um jornalista suíço.
Apesar de ser de um país de língua portuguesa, ele foge do estereótipo de rapaz africano apaixonado pelo futebol brasileiro.
“Eu sempre fui fã da França, porque eu queria ser como o Patrick Vieira”, conta, lembrando o ex-volante do Arsenal, campeão do mundo em 1998.
“Do Brasil, minha primeira lembrança é a Copa de 94, quando o time tinha Bebeto e Romário”.
“O Brasil tem muita qualidade, jogadores de alto nível. E uma história particular, porque quatro anos atrás foi um Mundial difícil. Estamos orgulhosos de jogar com o Brasil no domingo à noite. Vai ser difícil, e quem jogar precisa mostrar aquela raiva em campo, necessária para as coisas acontecerem”, acrescentou Fernandes.
Oito anos atrás, ele foi o responsável pelo gol que deixou o mundo boquiaberto, dando à Suíça a vitória sobre a Espanha. No fim, a seleção helvética seria eliminada na primeira fase e mesmo assim, e a Espanha seria campeã do mundo.
“Hoje temos mais talento do que nos últimos Mundiais. Antes era necessário ter em campo jogadores como eu”, falou, arrancando gargalhadas dos jornalistas suíços. “Sem demérito aos que estavam, hoje nosso time é mais forte”.
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