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Copa 2018

Sensação russa saiu de vila na Sibéria para ser cobiçado por gigantes

Golovin participou de quatro dos cinco gols da Rússia contra a Arábia Saudita - Francisco Leong/AFP
Golovin participou de quatro dos cinco gols da Rússia contra a Arábia Saudita Imagem: Francisco Leong/AFP

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

15/06/2018 04h00

Apesar dos dois golaços de Denis Cheryshev, eleito pela Fifa o melhor em campo na vitória arrasadora da Rússia sobre a Arábia Saudita no jogo de abertura da Copa do Mundo, um outro jogador chegou a estar à frente em menções no Twitter após a partida. E não foi à toa. O meia Aleksandr Golovin, que já vem sendo sondado por gigantes europeus há algum tempo, apresentou a boa parte do mundo o seu futebol na goleada por 5 a 0, com duas assistências, um golaço de falta e participação ainda no segundo gol.

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Com 22 anos recém-completados, Golovin deve ser o próximo futebolista russo a defender uma equipe de ponta da Europa. Juventus, Manchester United e Arsenal são apontados como os principais interessados em contratar o meio-campista, que teve que superar barreiras naturais no início da carreira antes de brilhar pelo CSKA Moscou, um dos principais clubes do país.

Golovin nasceu em 1996 na vila de Kaltan, de pouco mais de 20 mil habitantes, no sudoeste da Sibéria, e teve que driblar o frio desde cedo. Com o clima hostil muitas vezes inviabilizando a prática do futebol no único campo da cidade, restou ao jovem crescer jogando futsal em quadras fechadas. Foi o primeiro passo para desenvolver a habilidade que o fez destoar dos companheiros no primeiro jogo da Copa.

Depois de se destacar em um clube de sua vila natal, o meia ficou dos 13 aos 15 anos no FC Novokuznetsk, em uma cidade próxima, mas cerca de 17 vezes maior. O salto seguinte foi ainda mais drástico: aos 16 anos, foi contratado pelo gigante CSKA Moscou e foi morar na capital da Rússia.

Os primeiros anos no time de Moscou foram discretos, mas Golovin seguiu brilhando nas categorias de base da seleção. Campeão europeu sub-17 em 2013 e vice sub-19 em 2015, ele já começou a chamar a atenção dos grandes clubes. E desde 2016, consolidou-se como titular absoluto no CSKA, comandando o meio-campo.

Mesmo de porte físico franzino, o meia se destaca pela energia, versatilidade e criatividade. Pode atuar como segundo volante, meia ou aberto pela ponta. Contra a Arábia Saudita, começou do lado esquerdo, mas passou para a função de armador central após a saída por lesão de Dzagoev. Jogou bem nas duas. E se mantiver esse desempenho na Copa, os interessados por seu futebol terão que pagar caro ao CSKA.

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