1ª vez sem o "Gaúcho da Copa" em 30 anos: filhos seguem legado na Rússia
Uma das imagens mais icônicas em jogos da seleção brasileira não se repete desde 2015: abraçado com a taça da Copa do Mundo, um senhor de bigode grosso, roupa verde e amarela misturada com trajes gaúchos, chapéu cheio de penduricalhos e muito carisma chama a atenção de torcedores no estádio e pela televisão. Conhecido como "Gaúcho da Copa" pela presença ininterrupta em Mundiais desde 1990, Clóvis Acosta Fernandes morreu há três anos vítima de câncer. A Copa da Rússia é a primeira sem sua presença em quase 30 anos, mas o legado está mantido: dois de seus quatro filhos serão os "Gaúchos da Copa" nas partidas do Brasil.
"Ele está presente em cada torcedor que chega perto da gente e pede uma foto, então o legado se sustenta como se fosse magia. Como ele sempre dizia, nada acontece sem um sonho. Aqui vamos nós representar esse sonho, fazer bonito e colocar a outra taça na mala", diz, ao UOL Esporte, Frank Damasceno, filho mais velho do Gaúcho da Copa, de 39 anos.
Frank e seu irmão Gustavo, de 33 anos, estão na Rússia desde o início da semana. Eles produziram camisetas com a foto do pai, o que fez com que se tornassem celebridades instantâneas no país da Copa. As imagens do pai deles nos Mundiais de 2002 e 2014, em condições emocionais opostas, são bem conhecidas no país. Quando o povo que circula pelas cidades descobriu os irmãos passou a abordar e tietar, formando até filas por fotos. A imprensa internacional também fez barulho sobre a presença dos dois após três anos da morte do ícone.
Desde 2001 que o "Gaúchos na Copa" funciona como algo mais "formal". Recebe apoio de empresas para virar realidade e leva o maior número possível de pessoas às sedes da Copa. O recorde foram oito na África do Sul, e na Rússia serão seis. Dois deles, Frank e Gustavo. O filho mais novo de Clóvis é mais parecido fisicamente com o pai, então será seu "representante": ficará com a taça, o chapéu e a cuia de chimarrão nas mãos durante o jogo. É a quarta Copa de Gustavo e a sétima do mais velho.
"Como a Rússia foi a primeira Copa sem o pai algumas empresas parceiras de outros Mundiais não vieram nesse, mas aos 49 do segundo tempo, em parceria com um amigo empresário chamado Márcio Irion conseguimos essa viagem e fechamos de fazer um documentário. Estamos com uma GoPro registrando todo esse caminho", adianta o filho do Gaúcho, que levou mala cheia para o país da Copa.
"A bombacha e o chimarrão vieram na mala. São 10kg de erva-mate. Vi que a seleção toda da Argentina trouxe 200kg, gostei dessa proporção (risos). É sempre muito especial, as pessoas nos reconhecem na hora, pela taça e pelo chapéu. Todos tiram fotos, é uma grande energia", conta Frank.
O último jogo do Gaúcho da Copa na torcida pela seleção brasileira foi em 27 de junho de 2015, entre Brasil e Paraguai pelas quartas de final da Copa América. Ele morreu três meses depois, com mais de 60 países e 150 jogos assistidos. Para manter o legado, os filhos estarão em Rostov neste domingo, às 15h, para a estreia da seleção na Copa do Mundo contra a Suíça.
* Colaborou Danilo Lavieri, do UOL, em Rostov (Rússia)
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