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Copa 2018

Para Alemanha, triunfo na Rússia só virá se time for melhor que no Brasil

Mario Goetze fez o gol do título da Alemanha contra a Argentina em 2014 - Dylan Martinez/Reuters
Mario Goetze fez o gol do título da Alemanha contra a Argentina em 2014 Imagem: Dylan Martinez/Reuters

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Moscou (Rússia)

16/06/2018 21h00

Meter 7x1 na seleção que mais venceu Copas e levantar a taça na casa dela. Revolucionar o estilo do futebol local, transformando um jogo de força em beleza coletiva. Reinventar a posição de goleiro. Tudo isso a Alemanha foi capaz de fazer no Mundial-2014. Mas só uma nova reinvenção, um time ainda melhor, será capaz de repetir o feito na Rússia em caminhada que se inicia neste domingo, diante do México.

Pelo menos é essa a certeza que tem o técnico alemão Joachim Low. Durante esses quatro anos, o treinador concentrou seus esforços para refazer seu time, mudando de novo o estilo e os nomes. Baseou-se na premissa de que seus adversários iriam melhorar e era preciso evoluir ainda mais para estar à frente.

"É o feito mais difícil do mundo conseguir vencer duas vezes seguidas. Não acontece em 70 anos (56 anos, na verdade). Os outros times se desenvolvem, jogadores se aposentam. Em relação à ambição está lá. Os jogadores têm se desenvolvido. Tem jogadores de 2010 e 2014, e todos estão muito focados", analisou Low.

Da provável escalação que enfrentará os mexicanos - Low não confirmou os titulares -, meio time vai mudar em relação ao da final da Copa-2014. O goleiro Neuer, recuperado de longa contusão, e os zagueiros Boateng e Hummels são os mesmos. 

Mas, nas laterais, começam as mudanças. Aposentou-se o ícone Phillipe Lahm, que jogava em quase qualquer posição entre meio e lateral. Seria uma perda técnica enorme não fosse seu substituto Kimmich, lateral capaz de atacar e defender com igual eficiência e técnica. Perde-se a experiência, a inteligência, ganha-se o vigor. Do outro lado, Hector representa uma evolução ao limitado Howedes.

No meio, ficaram três jogadores, Khedira (esteve suspenso na final), Kroos e Ozil. O jogo baseado em toques que avançavam sobre o adversário para envolve-lo ganhou um incremento. Agora, há jogadores velozes pelas pontas como Julian Draxler e Timo Werner, que devem ocupar as pontas contra o México. Antes, faltava esse tipo de jogador. Agora, até Sané foi dispensado apesar de sua bela temporada no City. Outra opção é Reus, mais articulador.

No centro do ataque, é provável que Muller ocupe o espaço que um dia foi de Klose. Há o "centroavantão" típico ainda na figura de Mario Gomez.

"Sempre perguntam se esse time é melhor de 2014. Todos os times se desenvolvem mais. Brasil é muito mais forte do que em 2014. França ficou melhor. Espanha, também, com melhor passes. Times de elite continuam se desenvolver sempre. Temos que nos desenvolver porque os outros times se desenvolveram no seu sistema de educação", disse Low, reconhecendo, no entanto, a perda da Lahm.

Tanto a Alemanha não se apega aos feitos do passado para a Copa atual como vê como virtualmente impossível uma goleada como àquela da semifinal. E nem a vitória na Copa das Confederações é considerada como final de prognóstico positivo. Nem mesmo a série invicta que durou anos desde 2014 até a derrota para o Brasil em 2018 é uma garantia para Low.

"História não é significativa. Não olhamos para trás. Sabemos que México é forte. Historicamente, queremos manter nosso histórico de vencer sempre", contou Draxler, ao comentar o fato de a Alemanha nunca ter perdido do adversário México.

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