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Na Copa da bola parada, suíço livre contra 7 deveria assustar mais o Brasil

Steven Zuber sobe livre e empata para a Suíça diante do Brasil - REUTERS/Jason Cairnduff
Steven Zuber sobe livre e empata para a Suíça diante do Brasil
Imagem: REUTERS/Jason Cairnduff

Danilo Lavieri, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida, Ricardo Perrone e Thiago Rocha

Do UOL, em Rostov-on-Don (RUS) e São Paulo

17/06/2018 22h00

O empurrão sofrido por Miranda coloca em xeque a legalidade do gol da Suíça em lance que determinou o empate por 1 a 1 com a seleção brasileira, neste domingo (17), na Arena Rostov. A infração fez com que Tite colocasse em segundo plano a liberdade que Steven Zuber teve para cabecear no meio. Na Copa da bola parada, porém, talvez o treinador precise olhar o lance com mais atenção. 

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Fotos e replays da cobrança de escanteio suíça, executada por Shaqiri pelo lado direito, mostram sete defensores brasileiros próximos à pequena área, além do goleiro Alisson, enquanto Zuber tenta encontrar o melhor posicionamento para a cobrança. Marcelo, Casemiro, Gabriel Jesus e Miranda estão cobrindo a primeira trave, enquanto Thiago Silva, Danilo e Paulinho ficam mais para trás. 

A imagem que ilustra essa matéria, no topo da página, registra a sequência da movimentação na área brasileira, com o gol já marcado. Zuber aparece entre oito atletas da seleção - Willian surge no enquadramento, pois acompanhava outro adversário que tentava aproveitar o cruzamento.

"Eu aceito falar de todos os outros [gols], mas deste aqui, não. Não posso falar de uma coisa que foi tão notória. Empurrou o jogador e vou falar o quê? Não é posicionamento. Não tem. Tem falta", justificou Tite, se negando a entrar em detalhes sobre o posicionamento. 

Assistindo ao lance pela perspectiva da câmera de TV aérea, disponível apenas às emissoras com direito de transmissão da Copa, todos os 11 jogadores do Brasil estão na área se defendendo. Apenas quatro suíços tentam o ataque.

No programa "Troca de Passes", do SporTV, o ex-atacante Grafite, um dos comentaristas do canal, usou essa imagem aérea para alertar sobre um posicionamento equivocado da dupla de zaga do Brasil antes da cobrança. Zuber tem acesso à pequena área entre Thiago Silva e Miranda, mais distantes do que deveriam estar em situações similares. "Não pode haver esse espaço, tinha de estar mais encurtado. O normal é ter a distância de um braço entre os jogadores", enfatizou.

Quando Shaqiri cobra o escanteio, o espaço entre os zagueiros brasileiros se torna maior. O empurrão pelas costas em Miranda ajuda Zuber a ficar ainda mais isolado, mas o espaço que ele teve entre sete brasileiros expõe um problema da seleção.

Vários ângulos, o mesmo alerta

Dos seis gols sofridos pela seleção brasileira na era Tite, quatro ocorreram em jogadas de bola aérea, ainda que o treinador prefira rejeitar o tento anotado por Zuber na Arena Rostov. Com ou sem empurrão, fica claro que a defesa cochilou em superioridade numérica de jogadores na área.

O lance que originou o empate suíço, visto por qualquer ângulo, serve como alerta já para a partida da próxima sexta-feira (22), contra a Costa Rica, em São Petersburgo, por uma característica de jogo que o próprio Tite enfatizou neste domingo. Em um Mundial equilibrado na parte técnica, a chamada "bola parada" pode fazer a diferença na hora de somar pontos e assegurar vaga na fase final.

"A bola parada, nesta Copa, beirou no início de quase 45% dos gols. Elas aconteceram", atestou Tite. Dos 25 gols marcados até agora na Rússia, 12 gols saíram de jogadas de bola parada, seja em falta direta ou cruzamentos na área. Se a tendência seguir, o Brasil precisa aprimorar sua marcação no fundamento.