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Neymar prende a bola e apanha até ter meião rasgado, mas não resolve

Danilo Lavieri, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Rostov-on-Don (Rússia)

17/06/2018 16h55

Em sua volta à Copa do Mundo após um 2014 frustrante, Neymar pareceu sentir a falta de ritmo dos últimos meses, quando ele esteve às voltas com sua lesão. Diante da Suíça, em Rostov-on-Don, ele prendeu demais a bola e sofreu com as seguidas faltas rivais, que chegaram a rasgar seu meião no fim do primeiro tempo. O resultado dessa equação foi um camisa 10 abaixo das expectativas, errando passes incomuns e pouco decisivo no empate por 1 a 1 da estreia brasileira

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Neymar S/A: a engrenagem por trás do camisa 10

O empate frustra quem se animou com o Brasil do pré-Copa. Diante da Suíça, a seleção até mostrou bom futebol no começo do jogo, criando bons lances e abrindo o placar com o golaço de Philippe Coutinho, eleito o melhor em campo. Depois disso, no entanto, diminuiu o ímpeto, atraiu a Suíça para o seu campo e não soube punir os adversários no contra-ataque. Pior que isso, sofreu o gol no início do segundo tempo, de cabeça, em um lance polêmico em que Zuber empurra Miranda antes de testar para o gol. Esse lance e um pênalti não dado em Gabriel Jesus motivaram protestos brasileiros pelo uso do árbitro de vídeo, recurso não utilizado pelo árbitro do confronto.  

Neymar, enquanto isso, se limitou a bons passes no finzinho da partida, quando o Brasil pressionou a Suíça e quase arrancou mais um golzinho do time europeu. Ainda assim, foi pouco para a maior estrela da equipe, que havia se apresentado bem nos amistosos contra Áustria e Croácia, antes do início da Copa do Mundo. Além do desempenho errático com a bola, ele ainda assustou ao levar seguidas vezes as mãos ao tornozelo recém-operado, além de ter mancado em alguns momentos. 

As dores não foram por acaso. Com a bola presa em seus pés, Neymar atraiu a marcação dura dos adversários, foi perseguido com faltas o jogo inteiro e chegou a se incomodar com o revezamento. Das 19 infrações cometidas pela Suíça, dez foram no camisa 10, segundo a Fifa. Behrami, Lichsteiner e Schar, por exemplo, levaram amarelo em lances com o jogador, que recebeu de puxões de camisa a tapas na cara. 

As entradas mais fortes se repetiram e chegaram a rasgar o meião do craque na etapa inicial. Alvo preferido da marcação, o pé direito, recém-operado, foi tocado em diversos momentos. 

‘Fominha’ desde o início

Logo no primeiro passe recebido no jogo, o camisa 10 deu um sinal de como atuaria. Recebeu na lateral, prendeu demais, driblou para trás e chegou a parar na frente do marcador balançando o corpo. O lance ainda foi repetido outras vezes na primeira etapa e, ao contrário do que costuma ocorrer, Neymar não foi bem confrontos de mano a mano.

O lado positivo foi a reação à violência adversária no primeiro tempo. Atendendo aos pedidos de Tite, Neymar falou pouco com o árbitro e evitou bate-bocas com os marcadores. Quando a Suíça empatou, no entanto, o camisa 10 voltou ao estilo "resmungão", questionando bastante o árbitro pela suposta falta de Miranda na jogada. Minutos depois, empurrou um adversário ao pedir a bola para cobrar uma falta e ainda reclamaria com o quarto árbitro no finzinho da partida, após duas infrações em um intervalo de segundos. 

As faltas, a má atuação com a bola e o resultado não passaram batidos. Visivelmente incomodado, ele deixou o campo sem cumprimentar os suíços.