Tite fala em falta clara em Miranda, mas diz que Brasil não devia reclamar
O gol de empate da Suíça foi um dos motivos de reclamação da seleção brasileira em relação à arbitragem. No entanto, Tite disse que sua equipe não deveria reclamar da falta não marcada sobre Miranda.
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“Gostaria de estar respondendo outra pergunta, que seja sobre performance. Mas não vou fugir. Absolutamente não, não tem que pressionar a arbitragem. Tem todo um processo, uma sistemática, tem pessoas que avaliam. Não posso trazer uma equipe desequilibrada, que fica pensando na arbitragem”, comentou o técnico em coletiva à imprensa.
Embora não tenha certeza sobre o suposto pênalti em Gabriel Jesus no segundo tempo, que também motivou reclamações dos jogadores, o comandante brasileiro afirmou ter visto falta de Zuber sobre Miranda no lance do empate.
“O lance do Miranda é muito claro, muito limpo. Não estou aqui justificando o resultado. É muito claro, não é pouco, é muito. Quanto ao segundo lance do pênalti, vamos colocar que é passível de interpretação. O primeiro, não”, avaliou.
"Aceito falar de todos os outros [gols], desse de hoje, não. Foi algo muito claro, não posso falar de algo assim. Se o cara pega e empurra meu jogador, não é posicionamento, é falta", cravou.
Tite deu a entender que não se preocupa com a fragilidade brasileira em bolas paradas. "Tomamos seis gols em 22 jogos. A bola parada na Copa do Mundo beirou 45% dos gols. Desse gol eu não aceito a observação em função de posicionamento", disse o técnico.
Ao decorrer da entrevista coletiva, Tite revelou uma conversa que teve com Miranda após a partida. De acordo com o treinador, o zagueiro cogitou que teria sido melhor ter se jogado após o empurrão para caracterizar uma falta.
“Eu quero fazer uma observação que fiz com Miranda. Ele disse: ‘quando ele me empurrou, eu devesse cair no chão para caracterizar’. E eu falei: ‘não. Absolutamente não, porque vai caracterizar simulação. Tem que matar no peito e não quero que simule. Vai a responsabilidade. Não cai, não. Não faz isso”.
Nervosismo da estreia
Tite admitiu que a seleção brasileira sofreu momentos de oscilação durante a partida. Para o treinador, a ansiedade por ser uma estreia de Copa do Mundo pode ter sido um dos motivos.
“Durante o jogo, a Suíça conseguiu ser melhor a partir do gol. Depois equilibramos de novo. E mantivemos um nível de Brasil, mas a ansiedade bateu forte. Apressamos demais o jogo. Quando apressa demais, o último movimento [finalização] fica impreciso. Foram 20 chutes, mas muitos para fora. Poderíamos ter feito o goleiro trabalhar mais pelo número de finalizações que a equipe teve”, afirmou.
Em sua primeira Copa do Mundo, Tite afirmou que a ansiedade também o afetou. Para ele, o problema foi refletido na quantidade de finalizações erradas cometidas pela seleção brasileira na partida.
“Talvez a falta de precisão de finalização tenha sido pela marcação. Mas algumas situações foram limpas e faltou precisão. Um pouco de ansiedade, primeiro jogo, vontade de vencer. No técnico também bateu isso. E essa pressão associada às duas coisas. Nós queremos jogar, queremos jogo. E a orientação é bater rápido a falta. Vamos continuar assim. Vamos tomar a falta e sair para o jogo. O Brasil propõe o jogo”.
Confira as demais declarações de Tite na entrevista coletiva:
Postura após o gol
É o foco que nós temos em performance. Registrado como foi, já está respondida a pergunta anterior. Neste momento você tem que absorver o momento de tomar um gol, manter um pouco mais de posse de bola. Às vezes fazer uma cadência, trabalhar mais a bola, fazer o adversário correr... Ela vai e tem condições de produzir mais, é uma equipe equilibrada.
Depois dos 10 minutos e do gol, ela sentiu. Emocionalmente, ela sentiu. Se acontecer como aconteceu o cabeceio do Neymar e o goleiro pegar, que o faça, faça o goleiro trabalhar. As finalizações precisam ser mais precisas, mais gelo, mais frio, contundente.
Claro que minha expectativa era de vitória. Claro que não estou contente com o resultado.
Declaração de que precisava de cinco pontos para avançar
Dei um dado estatístico, fiz ver, municiei. E coloquei que iríamos buscar a vitória. Mas que teria uma característica essa competição. Citei como um fato estatístico de como seriam as Copas.
Substituições
Casemiro levou o cartão. Não substituo só por isso. Mas dois ou três movimentos em seguida foram perigosos. E tenho um jogador de alto nível no banco como o Fernandinho. Renato é articulador, pensador, e Paulinho não estava em seu melhor dia. E do Firmino, que está muito bem, apesar da movimentação do Gabriel. Firmino está em momento de alta confiança. Os três entraram bem na minha opinião.
Contente com o desempenho?
[Com] dois terços do jogo eu fiquei contente. Até fazer o gol, [teve] agressividade, com inversão, jogadas criativas. Inversão do direito para o esquerdo. E ela foi a classificação do time. E depois não conseguimos fazer isso. Tomou gol de bola parada. E esses dez minutos pós-gol. Tem 90 minutos para buscar o resultado. Ele te traz a condição. Esses aprendizados todos a gente leva para o jogo seguinte.
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